Análise iPhone XR: Uma mistura de iPhone X com iPhone 8

Longe vai o tempo em que testávamos equipamentos da Apple com muita frequência. De facto, quando a marca deixou de estar presente em Portugal, tornou-se mais difícil deitar a mão a tudo o que o gigante da maçã ia lançando. Ainda assim, através do nosso parceiro Phone House experimentámos durante algum tempo um iPhone XR.

Nas próximas linhas dizemos-lhe o que achámos deste smartphone, neste nosso regresso à Apple que esperamos ser recorrente.

Análise iPhone XR: filho de um iPhone X com o iPhone 8

Olhando de repente para o iPhone XR, faz-nos lembrar uma mistura entre o iPhone X e o iPhone 8 que também temos vindo a testar. É como se estes dois equipamentos tivessem tido um filho.

iPhone XR

Logo à partida destaca-se o vidro na parte frontal e traseira. Este pormenor, por si só, garante um design elegante e atrativo. Igualmente importante é a classificação IP67. Na prática, significa que o iPhone XR pode cair dentro de água e resistir até um metro de profundidade durante 30 minutos

iPhone XR

No entanto, num design elegante e sóbrio a Apple continuou a deixar de fora a saída de áudio.

Um ecrã LCD e não OLED

É normal que a maioria dos utilizadores gostasse de encontrar um ecrã OLED no iPhone XR. Especialmente sem aumentar o preço. No entanto, não é isso que temos. Assim, levamos para casa um ecrã LCD de 6.1 polegadas com a resolução de 1792×828 pixéis. Assim, possui os mesmos 326ppi do iPhone 6, iPhone 7 e iPhone 8.

iPhone XR

A Apple apelida o ecrã do iPhone XR de ‘Liquid Retina‘. Esta é uma designação muito “xaram” também utilizada no iPad Pro 2018. Nomes comerciais à parte e sendo totalmente sincero, não desgostei nada da qualidade do ecrã.

Diferenças para o iPhone XS

Quando andei com este equipamento, tive oportunidade de o colocar lado-a-lado com o iPhone XS em algumas lojas e de facto dá para ver as diferenças. Um ecrã OLED é outro jogo. Especialmente nos tons mais escuros, acaba por fazer toda a diferença.

Ainda assim, para uma utilização no dia-a-dia, o iPhone XR não desilude.

À semelhança do iPhone X, este equipamento possui uma monocelha na parte superior. É aí que estão alojados os sensores de identificação visual e também as câmaras frontais.

iPhone XR

Elevado desempenho que se deve ao processador Apple A12 Bionic

O iPhone XR é alimentado pelo chipset Apple A12 Bionic. A isto juntam-se 3GB de memória. Importa salientar que este processador é o mesmo que está presente no iPhone XS e XS Max. No entanto, estes dois últimos modelos têm uma coisa a favor. Disponibilizam 4GB de memória ao invés de 3.

iPhone XR

Considerando que se trata de um chipset de 7nm e ao contrário do A11 Bionic fabricado com tecnologia de 10nm, foi possível a introdução de um maior número de transistores. Como deve imaginar, isto garante um chip mais eficiente.

Melhorias significativas em relação ao chipset antecessor

Na prática temos um processador 15% mais rápido e uma placa gráfica integrada com mais 50% de desempenho. Isto, claro está, quando comparado com o antecessor. Destaca-se ainda a motor neural que dá vida à inteligência artificial.

As diferenças comparativamente ao iPhone 6S e ao 7 são notórias

Algo que notei de imediato quando coloquei este dispositivo lado-a-lado com o iPhone 7 de um amigo. As aplicações abrem mais rapidamente e quase de imediato. Também não notei qualquer atraso nas atividades multi-tarefa.

Para além disso, o novo chipset também garante que o iPhone XR se mantém rápido ao longo de vários anos. Claro que é difícil fazer futurologia e dizer quão rápido este iPhone será nos próximos 2 anos. Ainda assim, tenho a certeza que se vai sair muito bem.

Ao nível dos jogos experimentei dois que normalmente puxam pelo smartphone. Falo do PUBG e também do conhecido jogo de corridas Asphalt 9. Ora tudo funciona realmente bem e com muita fluidez. Afinal de contas não precisamos de um telemóvel especialmente orientado para jogos, para se sair bem neste campo.

A segurança realmente eficaz do Face ID

Todos os novos dispositivos que chegaram na parte final de 2018, por parte da Apple, afastaram-se do Touch ID. Assim, o Face ID foi coroado rei e senhor. De facto, este sistema de autenticação parece funcionar muito melhor e com maior rapidez do que as implementações que encontramos em muitos sistemas Android.

iPhone XR

Muitos equipamentos Android podem ser enganados com uma simples foto. Isto tem sido, aliás, algo muito abordado em várias notícias que chegaram à Internet. Este é muito mais difícil de enganar. Para além disso, vai aprendendo ao longo do tempo.

Os efeitos práticos da aprendizagem

Ao aprender com o seu aspeto, mesmo que faça um “extreme makeover” vai continuar a ser reconhecido pelo Face ID. Isto é válido para o caso de estar com óculos ou não e ter barba ou não.

A qualidade sonora

Ao nível do som, os altifalantes que estão localizados na parte inferior e na monocelha garantem uma boa reprodução. De facto, achei o som superior ao do iPhone 8. Temos um áudio equilibrado que não se destaca nem pelos graves, nem pelos agudos. Não quero, claro, dizer isto de forma negativa. O que quero realmente dizer é tudo está uniforme e muito bem calibrado (ou se preferirem) equalizado.

Sempre houve algo que apreciei na Apple. A qualidade das chamadas. De facto, neste campo, continua a não desiludir. Ainda assim já não existem diferenças notórias como existiam há anos quando comparávamos iPhones como sistema Android. De facto, não notei grandes diferenças entre o iPhone XR e os Huawei P20 Pro e Galaxy S9+ que tenho em casa.

As vantagens do iOS 12

O iPhone XR vem com o iOS 12 que entretanto foi sendo atualizado até chegar à versão 12.1.2.

A nova versão foca-se especialmente na estabilidade e performance, especialmente nos equipamentos mais antigos. Assim, não podemos estar à espera de alterações muito significativas a nível de funcionalidades ou design.

Portanto, a interface no geral continua igual. De facto é muito simples, para quem já utilizou anteriormente um iPhone ou iPad.

Atualmente, não sou um grande utilizador do iPhone. Ainda assim e apesar de estar muito habituado apenas aos equipamentos com botão home, não tive qualquer dificuldade em habituar-me aos gesto. É no fundo, algo que surge naturalmente, com o uso do aparelho.

Para além da estabilidade, o iOS 12 visa garantir também um bom desempenho, mas não só. Temos também o acesso a novas funcionalidades. Uma das mais assinaláveis é sem dúvida o Tempo de Ecrã que está presente no painel de definições.

A ideia é dar ao utilizador um maior controlo sobre o que faz no seu smartphone.

Assim, é possível planear períodos longe do ecrã, definir limites de utilização, escolher aplicações sempre permitidas e bloquear conteúdo inapropriado.

Imagine que quer fazer uma desintoxicação do facebook. Então tudo o que tem a fazer é definir que só pode passar 15 minutos por dia no Face.

Isto é algo igualmente interessante para os pais. É possível bloquear categorias inteiras de apps durante determinadas horas.

Outras novidade do novo iOS é a possibilidade de chamadas de grupo no Facetime.

Ainda a propósito do novo iOS e fazendo a ligação com o Face ID, temos acesso aos Animoji e Memoji. No fundo é algo que outros fabricantes, como a Samsung, também já oferecem. Todavia, no caso do iPhone estão limitados às mensagens.

Uma única câmara de 12 megapixéis na parte traseira

Na parte traseira do iPhone XR está presente uma câmara de 12 megapixéis com uma abertura f/1.8. Destaca-se a estabilização ótica de imagem. Assim e ao contrário dos outros iPhones de 2018, como o XS, não temos uma segunda câmara.

Apesar disto ainda conseguimos ter acesso ao modo retrato. Ainda assim, não funciona de uma forma tão avançada como no iPhone XS ou qualquer noutro equipamento que tenha duas câmaras.

As particularidades do modo retrato entre o iPhone XS e o iPhone XR

Se estivemos num iPhone XS e quisermos tirar uma foto no modo retrato, a câmera cria um mapa de profundidade, separando o sujeito do fundo. Posteriormente, o smartphone fica a saber quais os pontos a desfocar e quais a manter focados. Para além disso aumenta um pouco o zoom, dando um aspeto mais profissional.

O iPhone XR não faz nada disto, pelo menos deste modo. Deste modo, utiliza software para desfocar o fundo à volta da pessoa que estamos a fotografar. Se tivermos boas condições de luz tudo funciona bem. Entretanto é possível alterar o nível da desfocagem.

Importa ainda assinalar que a câmara de 12 megapixéis do iPhone XR inclui a funcionalidade smart HDR disponível nos outros modelos mais caros.

O Smart HDR foi algo que nasceu nos iPhones de 2018 e dá a possibilidade de se alterar o contraste, o equilíbrio de brancos e outras definições quando se está a capturar uma imagem.

De facto o Smart HDR dá uma grande ajuda para tirarmos boas fotos nos mais diversos cenários. Logo à partida temos boas cores, um forte contraste e um grande alcance dinâmico.

No entanto isto não significa que tudo seja perfeito!

De qualquer modo, não tive grandes razões de queixa.

Quero ainda referir que as fotografias com baixa luz são boas, isto apesar de não existir um modo noturno dedicado o que está presente no P20 Pro e Mate 20 Pro.

O mesmo é válido para as selfies que aproveitam um sensor de 7 megapixéis.

Uma gravação de vídeo realmente boa

A gravação de vídeo é realmente boa no iPhone XR. A câmara consegue capturar vídeo 4K a 60, 30 ou 24 frames por segundo. Já no caso dos 1080p podemos fazer a captura a 60 ou 30 fps.

Uma excelente autonomia da bateria

Algo que é realmente bom no iPhone XR é a duração da bateria. De facto é um dos melhores iPhones de 2018 neste campo, ultrapassando os seus irmãos mais ‘Premium’. Muito provavelmente, devido ao número mais reduzido de píxeis que o SoC precisa de processar e posteriormente mostrar ao utilizador.

Portanto, se o tirar da carga às 8 da manha para ir trabalhar, quando regresso a casa e depois de uma utilização intensiva ainda tenho cerca de 45% de bateria. E acreditem que utilizo muito o telemóvel.

Quando ele está em stand-by também se porta igualmente bem. Se eu o deixar durante toda a noite sem carregar, praticamente não perde bateria.

Veredicto

O iPhone XR é um smartphone muito interessante. Na prática combina algumas das melhores funcionalidades do iPhone XS com um preço mais amigo da carteira. Ainda assim não deixa de ser um custo elevado.

A câmara agradou-me realmente muito. Entretanto ao nível do ecrã e de alguns poderem dizer que o painel tem uma resolução pouco elevada, não tenho nada de negativo, ou pelo menos significativo a apontar.

É verdade que no mercado Android, somos capazes de encontrar até opções melhores por um preço mais interessante. No entanto se quer mesmo adquirir um iPhone e quer poupar algum dinheiro, o iPhone XR é a aposta que deve procurar.

Este smartphone está disponível a partir dos 879 Euros (Phone House) para a versão de 64GB. Já se quiser a versão de 128GB vai ter de desembolsar 939 Euros. Por outro lado a versão de 256 GB custa 1049 Euros. Está disponível em diversas cores, como Preto, Branco, Azul, Vermelho, Amarelo e Coral. A disponibilidade de cores varia consoante a versão. No Brasil está disponível por R$ 5.199.

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Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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