Algumas pessoas adoram o cheiro de protetor solar! Isto porque, fá-las recordar momentos inesquecíveis que viveram nos anos anteriores ou até mesmo a sensação da areia e do mar!
Dito isto, cheiros e memórias à parte, o protetor solar é uma maravilha científica. Um simples produto que pode, se bem usado, prevenir sérios danos na pele.
Contudo, um novo estudo está a alertar para o uso insuficiente de protetor solar! Recentemente, foi publicado na Acta Dermato-Venereologica um artigo que relatava que recebemos menos da metade da proteção necessária, provavelmente à volta de 40%. Isto, numa comum e normal aplicação feita na praia!
De forma a contextualizar, o protetor solar contém uma mistura de compostos orgânicos e inorgânicos. Os orgânicos refletem ou dispersam a radiação da pele. Enquanto, os inorgânicos absorvem a radiação, impedindo a pele de fazê-lo.
Existem três categorias de radiação UV:
- UVA – Com capacidade de penetrar facilmente na pele. O UVA causa danos na pele, contribui para queimaduras solares e aumenta o risco do cancro de pele.
- UVB – Os raios UVB provocam queimaduras solares e desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do cancro de pele.
- UVC – Frequentemente absorvido pela camada de ozono.
A UVB é mais enérgica e mais prejudicial do que a UVA. Contudo, a UVA é a grande maioria de nossa exposição.
- “Como reconhecer os sinais de cancro de pele?” – clique aqui.
Mas afinal o que é o fator de proteção solar (FPS)?
Geralmente, refere-se à proteção contra o UVB! Isto porque, atualmente, não há análise padrão para medir a proteção UVA. Contudo, a Skin Cancer Foundation aconselha que o utilizador procure “amplo espectro” no rótulo, o que significa que o creme/spray/loção protege contra a radiação UVA e UVB.
Um produto protector solar não pode ser utilizado para aumentar a exposição mas para reduzir a exposição!
SPF traduz a capacidade de proteção contra o eritema solar. Em suma, o número reflete o tempo de proteção caso a radiação UV provocasse dano.
Assim, FPS 30 significa que leva 30 vezes mais tempo para queimar do que se você não estivesse usando filtro solar.
Em suma, este novo estudo concluiu que estamos a usar o protetor solar incorretamente!
Resumidamente, a equipa do King’s College de Londres analisou o método de aplicação do filtro solar, concluindo que existem 2 problemas!
- Primeiro, quando se usa protetor solar passa-se mais tempo ao Sol, ainda por cima, sem repetir a passagem de creme.
- Segundo, comprovou-se que os testes de análise dos protetores solares são feitos com camadas relativamente espessas de creme, o que na realidade não acontece.
Assim, este estudo baseou-se numa simulação da exposição a UV em várias doses, equivalentes a diferentes tempos de exposição e ainda na aplicação de diferentes espessuras de protetor solar.
Tal como esperado, houve muito mais dano na pele desprotegida! Mesmo quando a dose UV era muito baixa! Pelo contrário, observou-se que quanto mais espessa a camada de proteção solar, mais protegida a pele estava.
Concluiu-se que as avaliações SPF são baseadas na aplicação de uma camada grossa de protetor solar. O que, claramente, não é o que acontece nas nossas praias!
Portanto aplicamos, em média, apenas 40% do necessário para nos proteger! Tal como a experiência cientifica indica, a aplicação de uma ligeira camada de protetor aumenta em muito o dano da pele, aumentando o risco de cancro!
Dito isto, é sugerido que coloque de lado o FPS 20, 15, 6, etc.. e dê preferência a uma utilização frequente com FPS de pelo menos 30!
A Organização Mundial da Saúde (OMS) observa que a incidência dos diversos tipos de cancro de pele tem aumentando nas últimas décadas. Não se junte a esta tendência e proteja-se!
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