(Análise) ASUS ROG Ally: Consola? Uma aposta incrível!

Nos últimos dias temos falado muito acerca da nova “moda” de lançar consolas portáteis, agora muito diferentes face ao passado onde vimos pesos pesados como o GameBoy, as (muitas) Nintendo DS, a PSP, a PSVita, e por fim, a Switch. Algo que verdadeiramente acho interessante, tal foi a retórica, e forte aposta de várias fabricantes, no mundo dos smartphones gaming. É incrível, mas durante muito tempo, o mercado pensou verdadeiramente que o futuro dos videojogos estava no smartphone, e não nas consolas portáteis.

Chegámos até ao ponto de ver uma Sony a afirmar que nunca mais iria lançar uma consola portátil, isto ao mesmo tempo que apostou em vários serviços, onde claro está, temos de incluir o cloud gaming. Curiosamente, esta afirmação também já está na corda bamba, visto que até a própria Sony está agora a planear lançar uma máquina de streaming, na forma da PS5 Q-Lite.

Dito isto, dentro de toda esta temática, temos falado especialmente muito da ROG Ally, isto por duas razões muito simples, mas inegavelmente interessantes.

Primeiramente, a consola portátil da ASUS vai ser uma gigantesca aposta da marca, e está a gerar um interesse que nem a própria esperava. Em segundo lugar, a ASUS é uma das fabricantes que mais aposta em smartphones Gaming, por isso, é obviamente estranho ver uma aposta tão forte, e tão bem feita, numa consola portátil.

ROG Phone ao lado de uma ROG Ally

Bem, nós já tivemos a ROG Ally nas mãos, e sabemos o que ela vale. Vale a pena? Vamos tentar perceber.

(Análise) ASUS ROG Ally: Uma aposta incrível!

Especificações Técnicas

  • SoC: AMD Ryzen Z1 (Extreme)
  • Memória: 16GB
  • Armazenamento: 512GB
  • Bateria: 40Wh
  • Tamanho e Peso: 28 * 11.1 * 2.12 + 3.14 cm
  • Extras: Impressão Digital, RGB (Aura Sync), Dolby Atmos, Cartão SD, Possibilidade de ligar a Monitor externo, Possibilidade de lidar uma placa gráfica dedicada.

Portanto, antes de mais nada, a ASUS ROG Ally, apesar de não ser especialmente inovadora no segmento, é a única e óbvia rival à Steam Deck da Valve.

É uma consola (discutivelmente) mais bonita, mais poderosa, mas, também um pouco mais cara (799€). A qualidade de construção está inegavelmente ao nível daquilo que a ASUS tem vindo a meter cá fora, o que é bom. 800€ é demasiado comparativamente ao preço da Steam Deck? Bem, apesar de ser um pouco mais cara, esta consola traz várias armas capazes de encostar a consola da Valve à parede.

Afinal de contas, além de um design mais vistoso, de comandos bem implementados, temos também um ecrã maior e de melhor qualidade. Além de tudo isto, no campo da performance, ao ser muito mais recente, a ROG Ally também aproveita arquiteturas muito mais poderosas e eficientes.

Sabe do que estamos a falar?

É do SoC da consola da ASUS (Ryzen Z1), que claro está, é baseado nas arquiteturas Zen 4, que dá vida aos Ryzen 7000, e RDNA3, que por sua vez dá vida às placas gráficas RX 7000.

Sim, é verdade que vamos ter duas versões da consola, onde apenas uma realmente interessa. Mas a própria ASUS sabe disso, sendo exatamente por essa razão que apenas vamos ver a versão Extreme, pelo menos por enquanto. Em suma, a ROG Ally é uma mistura de tecnologias que está a meter os entusiastas com um longo sorriso nos seus rostos, tal é o seu potencial no mundo dos videojogos.

Mas, e isto é um “if” muito importante, a ROG Ally não é um PC Gaming equipado com uma RTX 4090. É preciso ter isto em conta. Vamos por partes?

Design e Ecrã

Em termos de design, a ROG Ally parece ser filha ‘Punk’ da Nintendo Switch OLED com a Steam Deck. Não que a consola da ASUS traga um ecrã OLED consigo, algo que inicialmente me irritou, mas acabei por aceitar tal é a qualidade do ecrã da consola no dia-a-dia. Mas sim porque a base é exatamente esta, e ainda bem, porque a coisa está bem conseguida.

Temos o D-Pad, os analógicos, os botões a fazer lembrar um comando Xbox, e bem no meio, um ecrã de 7” IPS LCD FHD capaz de chegar aos 120Hz. Temos também botões extra na traseira, para os mais entusiastas.

A consola, apesar de bem construída, pensa uns ínfimos 608g, por isso, grandes sessões de jogo nunca irão ser um problema muito grave.

É grande e grossa, mas isso também não se provou ser um problema no meu dia-a-dia. A consola, apesar da sua grossura, cabe bem nas mãos, e tem uma ergonomia muito interessante, graças às curvas que o seu design traz para cima da mesa, curiosamente também relacionadas com a sua identidade ROG.

Temos também um sistema de som que é apenas e só brutal. Foi das coisas que mais me impressionaram na consola. É algo que aumenta, e muito, a imersão, e faz toda a diferença em qualquer jogo.

Em suma, pelo design, a consola vai ser um inegável sucesso. Mas o desempenho acompanha?

As muitas etapas de design, e protótipos que a ASUS desenvolveu.

Performance e dia-a-dia

A ROG Ally é obviamente poderosa, e ao ser baseada no Windows 11, temos várias portas a abrirem-se à nossa frente, que pura e simplesmente não existem noutros aparelhos do mercado. Afinal, podemos instalar todas as plataformas de jogo do planeta, como é o caso da Steam, da Epic Store, da GOG, do Xbox Game Pass, etc… Até podemos ter acesso a serviços de streaming de jogos, para ter jogos AAA no seu potencial gráfico máximo.

Mas, como disse em cima, isto não é um PC topo de gama equipado com o melhor que a Intel, AMD ou NVIDIA têm para oferecer.

É uma consola portátil, que apesar de ser equipada com um processador extremamente interessante, tem de lidar com aquilo que normalmente é o pesadelo de qualquer equipamento que pode ser levado e utilizado em qualquer lado. A Bateria.

Isto de forma muito resumida significa que sim, pode jogar qualquer jogo, eu próprio joguei jogos pesados como Hellblade, Witcher, Cyberpunk, Forza Horizon (este está incrível na consola!), entre outros mais leves como Hi-Fi Rush, Spyro the Dragon, Rocket League, etc… A ROG Ally correu isto tudo, e nem se queixou muito.

Porém, é inegável que a consola se sente muito mais confortável a correr jogos simples, em vez de jogos AAA.

Como é que hei de explicar a experiência… A ROG Ally é capaz de correr um Jedi Fallen Order, ou um CyberPunk 2077, tranquilo, na boa. Porém, com definições gráficas muito baixas, e por isso, com uma experiência de jogo muito aquém daquilo que vai ter numa PS5, Xbox Series X, ou PC.

Não é que o hardware não aguente, até porque o Z1 Extreme promete níveis de performance muito interessantes, e até comparáveis à PS5. O problema é que para atingir o seu potencial máximo, temos de meter a consola em modo Turbo, o que atira o TDP do SoC para os 30W, e claro, esmifra a bateria em qualquer coisa como 2 horas, ou até menos que isso.

A ROG Ally, para mim, é uma consola feita para abrir os horizontes dos gamers.

Meter programas de emulação e assim ter acesso a uma imensidão de jogos, velhos ou novos, ter acesso a jogos simples mas divertidos (como é o inegável exemplo de Hi-Fi Rush, que é incrível!), etc… Jogar jogos pesados, ela consegue, mas estes devem continuar a ser jogados numa plataforma mais pensada para esse efeito.

Em suma, olho para esta consola como uma forma de continuar o meu progresso em God of War, quando tive de sair de casa para apanhar o comboio, e não para passar 100% do jogo apenas e só na oferta portátil da ASUS.

Conclusão

Duas Gerações Distintas e Distantes! Uma agarrada à Switch, e outra agarrada à mais entusiasta ROG Ally.

Não pense que estou a criticar demasiado a consola na parte da performance, estou apenas a salientar aquilo que a ROG Ally realmente oferece a um jogador, esquecendo os extremismos que tenho visto por aí.

Não podemos, nunca, dizer que uma ROG Ally de 799€ vai oferecer a mesma experiência de jogo de uma consola ou um PC, que estão sempre ligados à ficha, e têm gigantescas soluções de refrigeração. Mas isto é normal!

A ROG Ally é incrível, e é uma consola que recomendo vivamente para qualquer jogador que leve este mundo a sério. Mas volto a afirmar, não é um PC equipado com uma placa gráfica extremamente cara, nem é uma PS5 ou uma Xbox Series X. A ROG Ally é a ROG Ally, e tem tudo para mudar o mundo dos videojogos.

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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A ROG Ally é uma consola incrível, com defeitos que seguramente vão ser corrigidos ao longo das próximas semanas ou meses. É uma consola que honestamente gostava que ficasse por cá mais tempo. ASUS, o Natal ainda está longe, mas eu já estou a aceitar prendas.(Análise) ASUS ROG Ally: Consola? Uma aposta incrível!