Quarta-feira, Outubro 1, 2025

Números em relevo nos cartões bancários: o que ninguém te contou

Se olhares para o teu cartão bancário, vais reparar que o número está gravado em alto-relevo, com os dígitos salientes. Este detalhe parece tão comum que já ninguém questiona. Mas fica a dúvida: será que os números em relevo nos cartões bancários ainda servem para alguma coisa nos dias de hoje? A resposta é curiosa e leva-nos a uma viagem ao passado dos cartões de crédito.

A origem dos números em relevo nos cartões bancários

Nos anos 50 e 60, quando os cartões de crédito começaram a ser usados, não havia sistemas eletrónicos para validar pagamentos em tempo real. As lojas usavam máquinas chamadas “imprinters” (ou “choca-choca”, como ficaram conhecidas em Portugal). O cartão era colocado numa base com papel químico, e um rolo passava por cima, criando uma cópia em carbono dos números em relevo.

Sem esse sistema, seria impossível registar a transação.

Cartões multibanco clonados

Como funcionava o processo

O comerciante colocava o cartão na máquina. Sobre o cartão ia um papel triplicado (um para o cliente, outro para a loja, outro para o banco). Corria-se o rolo e o número do cartão ficava impresso em todos os papéis. Mais tarde, esses registos eram enviados ao banco para processar o pagamento. Foi um sistema revolucionário na época, mas totalmente dependente dos números em relevo.

Ainda se utilizam hoje?

A verdade é que quase não têm função prática atualmente.

  • Os pagamentos eletrónicos com chip, contactless e MB Way tornaram as máquinas manuais obsoletas.
  • Hoje, as transações validam-se em tempo real, sem necessidade de papel químico.
  • Em países desenvolvidos, os imprinters já desapareceram quase por completo.

No entanto, os números em relevo ainda existem por tradição e compatibilidade.

Situações onde podem fazer diferença

Em alguns países ou zonas remotas onde não há rede eletrónica, os imprinters ainda se utilizam como “backup”. Também há sistemas de aluguer de carros e hotéis que, durante muito tempo, exigiram cartões em relevo para deixar cauções. Ainda assim é cada vez mais raro, mas mostra como este detalhe resistiu ao tempo.

Mitos comuns

“O relevo torna o cartão mais seguro”: errado. O relevo não tem impacto na segurança.

“Sem relevo o cartão não é aceite”: errado. Já existem cartões totalmente planos, com número apenas impresso.

“Os números em relevo vão durar para sempre”: errado. A tendência é os bancos substituírem por cartões sem relevo nos próximos anos.

Entretanto os números em relevo nos cartões bancários foram essenciais numa época em que não havia pagamentos digitais. Hoje são quase apenas um vestígio histórico de como funcionava o sistema financeiro no passado. Assim a maioria das operações já não depende deles, e muitos bancos estão a migrar para cartões com design mais minimalista, planos e digitais.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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