A Huawei continua a mostrar que está viva e recomenda-se. Afinal, apesar de continuar a viver no exílio do ecossistema Google, a marca chinesa lançou o Mate X6, um smartphone dobrável que não só compete com os melhores do mercado, como até os ultrapassa em alguns pontos chave.
Este é um dos dobráveis mais elegantes e sofisticados que já me passou pelas mãos.
Design de luxo num corpo incrivelmente fino!
Quando está fechado, o Mate X6 parece um smartphone normal. Aberto, transforma-se num tablet super fino com apenas 4,6 mm de espessura.
O acabamento em couro sintético da versão vermelha ou preta dá-lhe um toque premium e um estilo que mete inveja a qualquer dobrável do mercado. A dobradiça é firme, transmite confiança, e o ecrã principal abre-se com um clique suave e satisfatório.
A única nota menos positiva é que a dobra no ecrã interno continua visível e tátil, algo que concorrentes como a OPPO já conseguiram esconder melhor. Ainda assim, como em qualquer dobrável recente, é algo que não nota durante o uso do dia-a-dia. Apenas vai notar a dobra se olhar para o ecrã de lado.
Um ecrã que brilha!
Os dois painéis OLED (externo de 6.45” e interno de 7.93”) têm excelente qualidade, taxa de atualização elevada e cores vivas. Porém, podia ser mais brilhante. Ainda assim, consumir conteúdo multimédia neste ecrã é um autêntico mimo.
Câmaras muito boas. Muito provavelmente as melhores que vi num “Fold”.
O Mate X6 tem uma configuração de três câmaras traseiras: principal de 50 MP com abertura variável, zoom ótico 4x de 48 MP e ultra grande angular de 40 MP. Em teoria, excelente. Na prática, as capturas estão sempre muito acima da média. Sim, é verdade que por vezes existe um processamento exagerado, especialmente em capturas mais exigentes.
No fundo, é o tipo de imagem que “dá nas vistas” no Instagram, mas perde algum realismo. Em vídeo, gravação 4K estável e competente, sem aquecimentos absurdos.
Acredito que este é o smartphone com melhor experiência fotográfica do mercado. A Huawei sabe o que anda a fazer neste campo.
Zoom
Fotos (Dia)
Fotos (Noite)
Bom processador, mas longe do topo!
O chip Kirin 9020 é o motor deste dobrável. Nas tarefas do dia-a-dia não desilude, mas não pode ser comparado a um Snadragon 8 Elite ou Apple A18 Pro. A Huawei continua um pouco limitada no lado da tecnologia que pode implementar nos seus processadores. Mas… Não é algo que vá notar.
A fluidez no uso diário é excelente e a RAM (12GB) ajuda. Para jogos mais pesados, aguenta-se bem, mas não é propriamente uma consola de bolso.
Software: EMUI moderno, multitarefa de sonho
Sim, continua sem serviços Google. Mas, caso não saiba, é muito fácil arranjar alternativas. Com microG e GBox, é possível ter praticamente tudo a funcionar. Não é perfeito, mas é porreiro.
Entretanto, a EMUI 15 é fluida, bonita e cheia de funcionalidades. O destaque vai para a multitarefa, que é simplesmente genial. Abrir apps em ecrã dividido ou em janelas flutuantes nunca foi tão intuitivo como é agora.
Bateria de 5200 mAh com carregamento rápido
É um outro smartphone a humilhar a Samsung no campo da bateria. Afinal, graças à tecnologia de silício-carbono, o Mate X6 consegue ter uma bateria grande num corpo finíssimo.
É o suficiente para um dia de uso sem problemas e carrega a 66W com fios ou 50W sem fios. Muito acima da média dos concorrentes dobráveis!
Vale a pena?
Por cerca de 2000€, o Huawei Mate X6 não é barato. Especialmente quando temos a parte dos serviços Google que o mete em desvantagem face a outros dobráveis já lançados, como é o caso do Honor Magic V3.
Ainda assim, é uma peça de engenharia brutalmente elegante, com um software que brilha, câmaras do melhor que há, e multitarefa fora de série. Se não te importas de contornar a ausência dos serviços Google e queres um dobrável que dê nas vistas e funcione bem, este é claramente um dos mais completos do mercado.