Houve uma altura em que ter o smartphone mais recente era quase obrigatório. Cada novo modelo trazia inovações que faziam os anteriores parecer imediatamente ultrapassados. Mas depois de anos a seguir essa lógica de atualizações constantes os topos de gama já não justificam o preço que pedem. Assim comprar um smartphone topo-de-gama já não faz sentido.
Comprar um smartphone topo-de-gama pode ser uma asneira
Antigamente, investir num modelo de topo fazia sentido. Traziam muitas funcionalidades interessantes como a capacidade de tirar fotografias em baixa luz, várias câmaras versáteis e baterias superiores. Ao mesmo tempo os gama média deixavam muito a desejar. Tinham maioritariamente um design de plástico, uma câmara e processadores muito fracos.
Mas em 2025, tudo é diferente. Os smartphones topo-de-gama trazem poucas melhorias em relação aos modelos anteriores. As câmaras mudam pouco, o desempenho é quase igual e a bateria… idem. Por outro lado, equipamentos de gama média já oferecem ecrãs OLED, câmaras impressionantes e fluidez no dia a dia. Tudo por metade do preço. A diferença entre gamas está cada vez mais curta.
O ciclo de atualizações é uma armadilha
Durante anos, as marcas convenceram-nos de que era preciso trocar de telefone todos os anos, ou de dois em dois. As operadoras ajudam com campanhas de retoma e as apresentações de novos modelos são sempre recheadas de promessas de “revoluções”. Mas, na prática, as mudanças são mínimas.
Claro que antes havia motivos reais para mudar: trocar de um iPhone 8 para um X significava ter Face ID, ecrã OLED e um design novo. Do X para o 11 Pro, havia mais autonomia e câmaras muito melhores.
Hoje em dia até no campo da Apple, a diferença entre um iPhone 14 Pro e um 16 Pro é tão pequena que a maioria das pessoas nem notaria qual é qual. O mesmo no mundo Android.
Funcionalidades que nem são necessárias
Os topos de gama vêm cheios de extras… mas muitas nem utilizamos. As marcas anunciam grandes novidades todos os anos, mas o uso que damos ao telefone continua igual: mensagens, redes sociais, vídeos, fotos.
Um ecrã de 120Hz? Sim, é mais fluido. No entanto quantas pessoas notam a diferença sem estar à procura dela? Gravação em 8K? Parece incrível, mas nem os profissionais a usam com frequência. LiDAR, ligação via satélite… interessantes em teoria, irrelevantes no dia a dia.
Mesmo as áreas onde os topos se destacam — como as câmaras — já não têm aquele impacto visual gigante face à gama média.
No fundo, comprar um topo de gama acaba por ser mais sobre status e menos sobre utilidade real.
Os gama média atuais já fazem (quase) tudo
Antes, escolher um telemóvel mais barato significava aceitar compromissos. Ou seja, processadores lentos, câmaras fracas, construção em plástico. Hoje, já não é assim. Os equipamentos de gama média estão cada vez mais completos.
O Samsung A55, por exemplo, tem ecrã OLED, boas câmaras e promete vários anos de atualizações e custa menos de metade do S25 Ultra. Resistência à água, carregamento rápido, design apelativo… tudo coisas que antes só víamos nos modelos mais caros.
A autonomia também costuma ser melhor, precisamente porque não têm ecrãs exigentes nem software tão pesado. E a longo prazo, muitos destes modelos duram perfeitamente quatro ou cinco anos.
A verdade é esta: a menos que precise mesmo do melhor dos melhores, um gama média já chega e sobra para o dia a dia. Enquanto os topos continuam a adicionar extras que não fazem falta, os modelos mais acessíveis oferecem exatamente o que necessitamos. Mas a um preço muito melhor.