Chegas à loja, explicas o defeito e ouves o clássico “tem de ir para a marca”. O filme repete-se durante semanas. Mas a lei está do teu lado e saber como pedir faz toda a diferença. Aqui tens três frases curtas, legais e educadas, que costumam destravar processos, mais um guia simples para usares na loja ou por email. No caso da Garantia em Portugal estas coisas aceleram realmente a troca.
O que tens direito na Garantia em Portugal (resumo rápido)
- 3 anos de garantia legal em bens novos (e também nos recondicionados, quando anunciados como tal). Nos usados pode ser reduzida para 18 meses, mas só com acordo escrito.
- Se o defeito surge, tens direito à reposição da conformidade: reparação ou substituição, redução do preço ou resolução do contrato, consoante o caso. O prazo para reparar/substituir não deve exceder 30 dias (salvo exceções justificadas).
- Presunção a teu favor: se a falta de conformidade aparece nos primeiros 2 anos após a entrega, presume-se que já existia nessa data (nos usados com redução para 18 meses, a presunção é de 1 ano).
- Cada reparação adiciona 6 meses à garantia (até 4 reparações).
As 3 frases que desbloqueiam a troca (ou uma solução rápida)
“Quero a reposição da conformidade nos termos do DL 84/2021. Prefiro substituição. Podem registar este pedido por escrito?”
Porquê funciona: colocas logo o pedido dentro da lei e escolhes a solução mais rápida para ti (a substituição). O profissional só pode recusar se for manifestamente desproporcionado face à reparação. Pede sempre que registem por escrito (email ou folha de atendimento).
Se insistirem em “vai para a marca”: “Sem problema mas recordo que o prazo para reparar/substituir não deve exceder 30 dias. Podem indicar por escrito a data prevista de reposição?”
2) “O defeito surgiu agora e o bem foi entregue há menos de 2 anos, presume-se que já existia. Agradeço solução sem custos.”
Porquê funciona: invocas a presunção legal durante 2 anos após a entrega (1 ano se o usado tiver garantia reduzida por acordo), o ónus de provar que não havia defeito não é teu. Isto costuma acabar com discussões do tipo “foi mau uso”.
Entretanto se propuserem custo de diagnóstico/peças: “De acordo com o DL 84/2021, estando sob presunção, peço reparação sem encargos ou substituição.”
“Se houver nova avaria, recordo que cada reparação acrescenta 6 meses à garantia (até 4). Se o problema persistir, peço redução do preço ou resolução do contrato.”
Porquê funciona: mostra que conheces o efeito-relógio a teu favor e que, se a reparação falhar repetidamente ou causar inconveniente sério, podes mudar de solução por exemplo, resolver o contrato e reaver o dinheiro.
5 erros comuns que atrasam tudo (evita!)
- Não pedir por escrito a solução e o prazo.
- Entregar sem cópia da fatura e descrição do defeito.
- Aceitar diagnósticos pagos dentro do período de presunção.
- Não exigir data prevista quando o equipamento fica retido.
- Confundir “política da marca” com lei. A lei prevalece.
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