Nextoid!, cuja primeira versão foi lançada há cerca de mês e meio (esperem uma nova versão no lançamento do Spectrum Next com mais níveis made in Portugal), foi o primeiro jogo a sair para este novo computador a utilizar todas as suas capacidades. E inevitavelmente surge agora o primeiro lançamento físico de um jogo para esta plataforma, sendo Adrian Cummings o felizardo que irá ficar para a história. Mas também existe o reverso da medalha, como iremos ver.
Em Dungeonette assumimos o papel de um cavaleiro, que ao longo de três níveis (ou calabouços, se preferirem), tem que recolher todo o ouro que conseguir, as chaves que lhe permitem abrir as portas que dão acesso a novas salas, entre outros objectos fundamentais para se conseguir ultrapassar certos obstáculos (por exemplo, o rio de fogo). No final de cada masmorra encontra-se um guardião, que requer algum engenho para ser abatido, até porque ao seu lado tem um exército de estranhos seres que o defende de forma bastante acirrada.
O jogo é visto numa perspectiva de cima. Aliás, as semelhanças com os míticos Atic Atac ou Wizard’s Lair (ambos para o Spectrum) são muitas, desde o pormenor do som dos nossos passos, até às passagens secretas existentes nas estantes, tudo nos fazendo lembrar esses dois jogos. Não que isso seja negativo, pois quem aprecia labirintos de certeza que vai ficar bem servido com Dungeonette. Os restantes (como é o nosso caso), poderão reparar em alguns pormenores que no nosso entender poderiam ser melhor melhor trabalhados.
A sensação que nos dá é que o jogo foi terminado um pouco à pressa. Mesma a edição física apenas contém uma caixa normalíssima (tipo PlaysStation2), com o cartão de memória lá dentro. Seria simpático, ainda mais sendo o primeiro lançamento físico de um jogo para o Spectrum Next, ter pelo menos um pequeno manual, a histórica, dicas, etc.. Poderia ajudar a tornar ainda mais memorável este lançamento.
Um outro aspecto que nos leva a pensar que o jogo deveria ter uma maior dedicação por parte do programador é a sua extensão. Poderemos estar a ser injustos e o problema estar ao nível da limitação de memória, mas parece-nos que apenas três níveis, com um nível de dificuldade que nem é excessivo, irá limitar a longevidade de Dungeonette. Para terem a noção, no terceiro jogo que fizemos, atingimos logo o segundo nível (e lembrem-se que apenas existem três) e ao fim de meia dúzia de tentativas chegámos ao fim.
Mas com isso tudo não queremos tirar o mérito do jogo. Sem dúvida que há pequenas arestas a limar, e uma expansão com mais níveis seria muito interessante, mas tal como acontecia com Atic Atac, também Dungeonette tem aquele toque que nos faz voltar a carregar o jogo mais uma vez para conseguirmos chegar um pouco mais longe e ver que mistérios se escondem nas novas salas. E neste caso não são necessários cinco minutos para o carregar, como acontecia no Spectrum.
Depois, aproveita também ao máximo as potencialidades do Next, quer ao ao nível gráfico, quer ao nível sonoro. Muito colorido, com gráficos atractivos, embora por vezes as cores se confundam, especialmente tendo em conta a rapidez da acção. Mas os cenários estão bem construídos e imaginativos, e no fundo é isso que mais conta.
Resumindo, Dungeonette fará as delícias dos apreciadores do género. Os restantes, poderão dar uma espreitadela, mas uma vez sendo o primeiro lançamento físico para o Spectrum Next, será um item muito apreciado pelos coleccionadores. Quem quiser obter a versão digital, terá que desembolsar £ 5.99. Já a versão física, que é limitada a mil exemplares, tem um custo de £ 9.99, acrescido de portes. Poderão aqui fazer a encomenda.
Um pormenor final para quem joga através do emulador (connosco acontece isso): quando o jogo inicia, assume imediatamente o Kempston. Para poderem controlar o cavaleiro com o teclado terão que carregar na tecla “J”.
Receba as notícias Leak no seu e-mail. Carregue aqui para se registar. É grátis!