Quantas vezes já foste ao multibanco sem pensar muito no que estavas a fazer? Inserir o cartão, marcar o PIN, carregar em “confirmar” e seguir viagem. É um gesto automático, tão rotineiro que já nem olhamos para a máquina. Mas talvez devêssemos. Há um detalhe que muita gente ignora e que pode ser a diferença entre segurança e burla: o brilho das teclas. Já reparaste que algumas parecem diferentes das outras? Às vezes mais gastas, mais polidas, até meio soltas. A maior parte das pessoas acha que é apenas desgaste do uso. Mas nem sempre é assim. Uma tecla do Multibanco que brilha mais pode ser o sinal de que o teclado foi adulterado para roubar os teus dados.
Porque é que uma tecla pode estar diferente
É verdade que certas teclas são usadas muito mais do que outras. A de Confirmar (verde) e a de Cancelar (vermelha) são pressionadas centenas de vezes por dia e acabam por ganhar um aspeto mais polido. Não há mistério aqui: é desgaste natural.
Mas há situações em que esse brilho não é normal. Burlões experientes sabem que ninguém desconfia de uma tecla mais gasta. Por isso, usam esse detalhe para esconder dispositivos de clonagem. Colocam películas transparentes, plásticos falsos ou até substituem peças inteiras do teclado. O resultado? Para quem olha rapidamente, parece uma tecla normal. Mas quem olha com atenção percebe que há algo estranho.
E não estamos a falar de ficção. Há vários casos reportados em Portugal e noutros países em que o teclado inteiro do multibanco era falso, encaixado por cima do original. As teclas funcionavam, mas tudo o que a vítima digitava era registado e enviado para os criminosos.
O truque dos burlões explicado passo a passo
Os esquemas variam, mas a lógica é simples:
- O burlão instala um teclado falso ou uma película quase invisível sobre o original.
- O utilizador chega, insere o cartão e digita o PIN sem suspeitar.
- O dispositivo regista os quatro dígitos e, em alguns casos, envia-os por Bluetooth ou GSM para os criminosos.
- Ao mesmo tempo, um segundo dispositivo instalado na ranhura copia os dados magnéticos do cartão.
Com o PIN e os dados do cartão, a clonagem está feita. Muitas vezes, o dinheiro só desaparece dias depois, quando já é difícil ligar o problema a uma máquina específica.
Como reconhecer uma tecla suspeita
Não precisas de ser técnico para reparar em algo fora do normal. O segredo é não agir no automático.
Se uma tecla brilha demasiado, enquanto as outras parecem baças, desconfia.
Se uma tecla parece mais solta ou mexe de forma diferente, cancela a operação.
Entretanto se o reflexo da luz é estranho ou há textura irregular, pode haver plástico extra.
São pormenores pequenos, mas que podem salvar-te de uma clonagem.
O que acontece se ignorares
Ignorar este tipo de sinais pode custar caro. Um teclado adulterado capta o teu PIN e associa-o ao cartão clonado. E basta isso para que os burlões levantem dinheiro, façam compras online ou transfiram valores da tua conta. O pior? Muitas vezes só percebes quando já não há nada a fazer.
O que fazer se vires algo estranho
Se uma tecla te parecer suspeita, não uses a máquina. Cancela a operação, tira uma fotografia e procura outro multibanco. O ideal é escolher sempre máquinas dentro de agências bancárias ou locais muito movimentados, onde a vigilância é maior.
Podes também avisar a linha do banco ou a polícia, especialmente se notares sinais claros de adulteração. Um alerta rápido pode impedir que outros utilizadores sejam enganados.
Outros sinais de clonagem a vigiar
As teclas brilhantes são só um exemplo. Há outros detalhes que também devem chamar a tua atenção:
- Ranhura do cartão folgada ou diferente: pode esconder um leitor de banda magnética.
- Cliques ou sons metálicos estranhos: indicam mecanismos adicionais no interior.
- Câmaras minúsculas disfarçadas em cima do ecrã ou num cartaz colado: usadas para filmar o PIN.
- Recibos ou papéis dobrados na ranhura: esquema para perceber se a máquina está a ser usada.
- Quanto mais atento estiveres, menor a probabilidade de seres vítima.
Hábitos que te protegem sempre
Além de vigiar a máquina, há rotinas simples que devias adotar sempre que usas o multibanco:
- Cobre o teclado com a mão ao digitar o PIN.
- Evita máquinas isoladas, especialmente à noite.
- Não uses sempre o mesmo multibanco variar reduz riscos.
- Confere regularmente os movimentos da conta.
- Ativa notificações no banco para saberes em tempo real se há operações suspeitas.
Estas medidas não eliminam todos os riscos, mas dificultam a vida dos burlões.
Pode parecer exagero estar atento ao brilho de uma tecla. Mas a realidade é que os criminosos aproveitam os pequenos detalhes para enganar. Uma tecla mais polida pode ser apenas desgaste… ou pode ser o sinal de que alguém mexeu na máquina.
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