Há alguns anos atrás, tive a oportunidade de testar um Enyaq que me surpreendeu, tanto em aspeto, como também em performance, e até em tecnologia. Aliás, depois desse teste, comecei a olhar para a Skoda com outros olhos, para aquilo que era uma marca em evolução, e em reconstrução.
Dito isto, com o novo Enyaq, a Skoda podia ter inventado a roda outra vez. Mas decidiu não o fazer, e ainda bem. O novo Enyaq, agora com um facelift mais a sério, é a prova de que há alturas em que não compensa reinventar o que já funciona bem.
Skoda Enyaq (2025). Uma receita de sucesso?
Desde 2020 que o SUV elétrico da marca checa que faz parte do grupo VW vende que nem pãezinhos quentes: mais de 250 mil unidades entregues.
Pois bem, agora, com um design renovado e melhorias técnicas, a ideia é continuar a pisar os calcanhares à concorrência. Que concorrência é esta? Estamos a falar dos Ford Mustang Mach-E, Kia EV6, Hyundai Ioniq 5, Tesla Model Y, Renault Scenic e Volvo EX40.
Não é uma tarefa fácil.
O que mudou?
A frente foi toda redesenhada, com faróis LED mais finos e uma nova grelha em peça única, mais futurista e aerodinâmica. Ou seja, temos de dizer adeus ao bigode iluminado da geração anterior. Podemos até dizer que o visual é agora mais alinhado com o Elroq e o novo ADN “Modern Solid” da marca.
A traseira… essa ficou praticamente na mesma.
Gamas e versões
O Enyaq está disponível nas variantes 60, 85, 85x e vRS.
- Enyaq 60: bateria de 63kWh, tração traseira, 204cv e 434 kms WLTP.
- Enyaq 85: bateria de 77kWh, tração traseira, 286cv e até 577 kms WLTP.
- Enyaq 85x: tração integral com motor extra à frente, mesmo nível de potência mas mais binário, e um pequeno corte na autonomia (541 kms).
- Enyaq vRS: o topo de gama. Dois motores, 340cv, 562 milhas de autonomia e aceleração dos 0-100km/h em 5,4s. Nada mau para um SUV familiar.
Em todos os modelos, a condução é simples, confortável e rápida q.b.
Carregamento e performance
O carregamento rápido vai até 165kW no 60, 135kW no 85 (curiosamente mais lento, vá-se lá entender) e 175kW no 85x. A Skoda ainda não explicou a lógica disto. Mesmo assim são bons números para o segmento.
Por dentro, tudo igual… Ainda bem!
O interior mantém o layout conhecido e prático, com um painel digital de 5 polegadas e um ecrã central de 13 polegadas que funciona bem melhor do que os da Volkswagen de há dois anos atrás.
Cresceu 9mm no total, continua maior do que o ID.4 mas mais pequeno do que o Kodiaq. Além disso, tem mais 100 litros de mala com os bancos rebatidos. Nada mau.
O meu único ponto negativo está na direção do ecrã central, que está demasiado centrado, e também na falta de botões para controlo do AC ou volume. Touch não é, nem nunca vai ser a resposta.
Preços
Começa nos 41 mil euros para a versão 60, passa pelos 45 mil com bateria maior, e sobe até aos 54 mil euros para o vRS.
Pode parecer muito, mas está bem posicionado face à concorrência direta e, na maioria dos casos, oferece mais por menos.
Isto é especialmente importante, porque a meu ver, a Skoda oferece mais qualidade face à própria marca própria do grupo VW. São carros que muitas vezes são deixados para segundo plano, mas oferecem tudo e mais alguma coisa, quase sempre por valores vantajosos.
Veredito
Bonito, com mais autonomia e praticamente ao mesmo preço. A Skoda não quis inventar, apenas melhorar.
Continua a ser uma das melhores portas de entrada no mundo dos elétricos. Confortável, bem equipado, espaçoso, e mais racional do que qualquer equivalente da Volkswagen ou Audi.
Se estás a pensar mudar para elétrico, começa aqui. Difícil errar.