Durante o dia de ontem, tivemos a oportunidade de visitar o stand da Renault no Retro Mobile em Paris, onde tivemos um curioso choque entre o futuro, e em alguns casos já o presente da fabricante (Exemplo: Renault 5), e claro, o passado da gigante Francesa.
Afinal, no mesmo espaço foi possível encontrar o Renault 5 antigo e o Renault 5 E-Tech, a Renault 4L antiga e o Renault 4 novo, e claro, uma surpresa muito interessante na forma do Renault Filante Recorde 2025! Um carro conceito que é no fundo um laboratório sobre rodas, com o grande objetivo de descobrir mais algumas coisinhas relativamente à eficiência elétrica.
Novidades que vão eventualmente fazer o seu caminho para os veículos elétricos do dia-a-dia.
É assim um projeto extremamente interessante que poderá ajudar muito a perceber qual é o caminho para melhorar os carros elétricos do futuro.
Renault Filante Recorde: Uma experiência elétrica sobre rodas!
Portanto, o Renault Filante Recorde 2025 é um Concept Car desenvolvido para maximizar a eficiência energética daquilo que é um carro 100% elétrico. É exatamente por isso que tem como objetivo estabelecer um novo recorde de consumo e de autonomia puramente elétrica. Tudo isto com uma bateria de 87 kWh, que caso não saiba, é a mesma capacidade que o Scenic E-Tech 100% elétrico traz para cima da mesa.
Entretanto, vale a pena salientar que este é um monolugar com uma carroçaria extremamente aerodinâmica, com as dimensões de 5.12 metros de comprimentos e 1.19 metros de altura. Porquê tão comprido? É simples, é assim que as equipas de engenharia são capazes de usar todos os truques do mundo da aerodinâmica. (Não é por acaso que os atuais F1 são também eles gigantes.)
Entretanto, o peso anda à volta dos 1000kg. O que pode parecer demasiado para um carro deste tipo, mas é também normal, visto que destes 1000 kg, 600 kg pertencem à bateria.
Objetivo apontado ao futuro, mas sempre com um pézinho no passado.
Esta experiência para testar novas tecnologias, materias e inovações vai buscar inspiração ao velhinho 40 CV des Records, e também ao Étoile Filante, construídos em 1925 e 1956. No fundo, mais um exemplo da atual estratégia da Renault de ir ao passado buscar alguma magia, para depois mostrar toda a sua capacidade de evolução e inovação em modelos dignos de 2025.
Mas, como é óbvio, muita da magia está no atrito, ou melhor, na falta dele. O Renault Filante Recorde 2025 parece ter sido esculpido pelo ar! Isto ao ser uma demonstração da eficácia aerodinâmica aliada à tecnologia de ponta. (Isto com alguma ajuda de pneus especiais super finos).
Até o cockpit foi pensado para o desempenho!
Entretanto, o design interior do Renault Filante Recorde 2025 segue a mesma abordagem que o exterior, com um cockpit inspirado nos mundos da aviação e das viagens espaciais, em que cada pormenor é concebido para maximizar o desempenho, o conforto e a eficiência.
Desta forma, dentro deste ambiente reduzido, cada componente ou sistema (funções de segurança e de abertura, cruise control, acelerador, travagem, etc…) está ao alcance do condutor, com um design orientado para a ergonomia e para a redução de peso. A escolha dos materiais também reflecte este pensamento. O banco do condutor, por exemplo, é fabricado em lona esticada, semelhante a uma rede, para um design leve e um apoio ótimo.
O banco adapta-se à forma do corpo do condutor, que se sente em sintonia com o automóvel. Aliás, o banco é suportado por finas lâminas de carbono revestidas por um tecido técnico… Todas as gramas são importantes para maximizar o desempenho.
O Volante é diferente!
O volante é o componente visível de uma arquitetura de controlo inovadora: os seus manípulos controlam as funções de aceleração, travagem e direção, utilizando tecnologias steer-by-wire e brake-by-wire totalmente electrónicas, discretamente integradas numa estrutura impressa em 3D feita de Scalmolloy.
Esta abordagem inspira-se nas tecnologias aeronáuticas, em que os comandos devem ser ergonómicos e rapidamente acessíveis. No centro do volante, um ecrã panorâmico flexível enrolado num cilindro permite a visualização clara e imediata de dados essenciais, como a velocidade, a autonomia e os parâmetros de condução.
Aliás, o próprio volante está ligado à bolha protetora do cockpit! Elevando-se quando esta é aberta para facilitar a entrada e saída do condutor.
Até a circulação de ar é minimalista!
Um engenhoso sistema de circulação de ar permite ventilar o cockpit sem necessidade de peças mais técnicas, mais uma vez com o objetivo de economizar peso e energia.
Vamos ver este conceito a tentar bater recordes?
Tudo indica que sim, mas ainda não existem datas para tal coisa. Ainda há muito trabalho a ser feito.
História
O nome Filante refere-se ao Étoile Filante, um automóvel monolugar de inspiração aeronáutica construído, em 1956, com o objetivo de estabelecer novos recordes de velocidade.
No dia 5 de setembro de 1956, o Étoile Filante bateu, simultaneamente, vários recordes de velocidade, em Bonneville Salt Lake Flats, nos Estados Unidos, incluindo os recordes de distância de 1 e 5 quilómetros, com velocidades de 306,9 km/h e 308,85 km/h, respetivamente.
Entretanto, a palavra Recorde é uma referência direta aos 40 CV des Records, monolugares com carroçaria aerodinâmica, mais estreitos que o Renault 40 CV, que estabeleceram uma série de recordes de velocidade e de resistência a partir de 1925.
Os primeiros recordes foram estabelecidos em 1925 com os engenheiros Garfield e Plessier ao volante:
Recorde mundial das 3 horas, recorde mundial dos 500 km e recorde mundial das 500 milhas. Podemos também acrescentar o recorde de 24 horas, com 4.167,578 km percorridos, a uma velocidade média de 173,649 km/h, no ano seguinte. A data de 2025 no nome do Z41 assinala o centenário destes recordes de 1925.
O Nervasport des Records é outro dos automóveis Renault menos conhecidos que contribuiu para o estabelecimento de novos recordes. Nos dias 4 e 5 de abril de 1934, este automóvel bateu nada menos que nove recordes internacionais e três recordes mundiais. Entre os quais o recorde de 48 horas, com 8.037 km percorridos, a uma velocidade média de 167,445 km/h.
Antes de mais nada, o que pensa sobre tudo isto? Acha que a Renault continua a apostar bem na parte tecnológica ao mesmo tempo que nunca esquece o passado? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.