Em 2022, quando o petróleo disparou acima dos 120 dólares por barril, o Governo criou um desconto temporário no ISP para amortecer o choque nos preços. Três anos depois, Bruxelas quer o fim dessa “promoção” e o Executivo já admitiu que a reversão vai acontecer de forma gradual, para tentar não fazer estragos de um dia para o outro. Não há um prazo fixo público, mas o tema está amarrado ao OE 2026 e à pressão europeia. Mas há outras coisas que podem tornar ainda a situação mais negra face ao preço dos combustíveis.
O que está decidido no preço dos combustíveis em 2026 (e o que ainda não)
Fim do desconto: o Governo confirmou a reversão, “o mais gradual possível”, para diluir impacto nos preços ao consumidor. A Comissão Europeia exige que medidas temporárias acabem como afirma a RTP.
Sem data fechada: o ministro das Finanças tem repetido que não há um prazo fixo a ideia é ir retirando o desconto quando houver “semanas naturais de descida” dos combustíveis, anestesiando a subida.
Taxa de carbono também sobe: além do ISP, a atualização da taxa de carbono está no horizonte para 2026. Somando ambas, o CFP estima +1.132 mil milhões de euros de receita para o Estado. Traduzindo: mais carga fiscal no setor.
“Mas o petróleo agora está barato… isto não devia descer?”
Hoje, o petróleo anda muito longe dos 120 dólares, rondou os ~60 dólares. recentemente. Paradoxalmente, é este “alívio” que Bruxelas usa para exigir o fim do desconto: se o choque já passou, a medida extraordinária deve acabar.
Quanto pode doer no teu bolso?
Os cálculos variam e dependem do ritmo da reversão, mas assume-se um agravamento potencial até ~10% se o desconto for retirado de forma pouco faseada, cenário extremo que o Governo diz querer evitar. A indústria e associações como o ACP têm deixado esse alerta.
2026 em modo “anestesia”: como vai acontecer na prática
A estratégia em cima da mesa é retirar o desconto em semanas de descida natural do mercado, para que não sintas “picos” na bomba. Em vez de uma subida seca por portaria, verás pequenos ajustes ao longo do ano. Se o crude e as cotações ajudarem, o impacto fica mascarado; se não ajudarem, a fatura nota-se como refere o contas poupança.
Portugal paga caro… por causa dos impostos
Não é só “culpa das petrolíferas”: a carga fiscal explica a maior fatia do preço e mantém Portugal acima da média da UE. Com o fim do desconto, este diferencial pode agravar.
O teu plano anti-choque (realista e que funciona)
Abastece com método (e não por hábito)
Segue o “preço justo” semanal da ERSE para perceber se estás a pagar acima do razoável e muda de posto quando for preciso. Pequenas diferenças por litro acumulam dezenas de euros/mês como refere o Contas Poupança.
Calendário de abastecimento inteligente
Se a reversão for fatiada, as segundas/terças pós-ajustes tendem a refletir mais depressa as descidas internacionais. Monitora variações semanais (gasóleo/gasolina) e antecipa-te em semanas de alta.
Carro afinado gasta menos (mesmo que aches que é pouco)
Pressões corretas, filtros e alinhamento valem 3–8% na média. Em cenário de +10% potencial, esses 3–8% são literalmente a “almofada” que te salva a carteira.
Condução “suave” poupa até 15%
Sem arranques bruscos, com antecipação e cruise control quando fizer sentido. Se o ISP sobe, compensas onde tens controlo. Ou seja nos pedais.
Se fazes muitos km, faz as contas friamente ao GPL/HEV/PHEV
Entretanto mesmo com custos iniciais, o ponto de equilíbrio pode ter encurtado com preços altos e portagens/descontos específicos. Assim em frotas e particulares de alto consumo, a poupança anual pode ser significativa.
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