Lisboa é uma capital cheia de história, charme, boa comida, vistas deslumbrantes e bairros que parecem postais ilustrados. Mas há uma coisa que falta, e desde que comecei a viajar para conseguir ir a todos os eventos que são feitos por esse mundo fora, saltou-me à vista… Não há arranha-céus!
Nem em Lisboa, nem no resto do nosso velho Portugal.
Se achas que isso é normal… olha à volta. Madrid, Barcelona, Milão, Varsóvia, Viena, Londres, Frankfurt, todas têm torres a furar o céu. Portugal? Nada. Porquê?
Porque é que Lisboa não tem arranha-céus? Falta altura?
A explicação é mais interessante do que parece. E começa debaixo dos nossos pés.
1. Terrenos difíceis e medo da nossa história.
Lisboa está numa zona sísmica com história pesada.
O terramoto de 1755 não só destruiu a cidade como deixou um trauma urbano que ainda hoje influencia decisões. Construir para cima aqui não é tão simples como noutros lados.
O solo é irregular, há rocha, há instabilidade, e há medo.
2. A falta de necessidade… até agora!
Lisboa nunca teve aquela pressão demográfica ou económica que obrigasse a construir para cima. Não somos Tóquio nem Hong Kong.
Sempre houve espaço à volta! Bairros novos a nascer em Chelas, Benfica, Lumiar, Marvila, Oriente. Era mais barato expandir para os lados do que para cima. Só agora, com a bolha imobiliária e o turismo a empurrar tudo para o limite, se começa a falar em crescer na vertical.
3. Património, vistas, etc…
Outro obstáculo está no campo do urbanismo e da cultura visual portuguesa. Lisboa vive muito das suas vistas! O Tejo, o Castelo, os miradouros, etc…
Por isso, qualquer projeto que ameace tapar uma nesga de céu leva logo chumbo da Direção-Geral do Património. Há uma espécie de fetiche com a “escala humana”, como se tudo acima de 10 andares fosse uma ameaça ao espírito da cidade.
O resultado? O skyline lisboeta continua plano. Bonito, mas plano.
4. Onde está o dinheiro?
Por fim, construir arranha-céus custa dinheiro. Muito dinheiro.
Ou seja, é preciso retorno! Empresas dispostas a ocupar 40 andares, investidores internacionais, marcas de luxo, tecnologia de ponta. Lisboa tem crescido, sim, mas ainda está longe de atrair o tipo de investimento que justifica algo deste tipo.
Conclusão
Lisboa não tem arranha-céus porque nunca precisou, nunca quis e nunca conseguiu. Mas talvez esteja na altura de mudar.
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