Muitas vezes, os Portugueses pensam logo “e se correr mal?”. Ok… Tudo certo! Mas… “e se correr bem?” Esta é a pergunta que temos de colocar agora que a Nothing lançou algo que está a fazer furor na Internet pelas razões mais erradas.
Será que existe alguma chance de sucesso para este smartphone? Tenho as minhas dúvidas, mas acho que a estratégia tem muitos pontos positivos que podem fazer mudar o jogo.
É que não nos podemos esquecer de algo muito importante… A Nothing decidiu saltar um ano de forma a lançar um “topo-de-gama” a sério, diferente tudo o resto. Como tal, as expetativas estavam em níveis altíssimos. E agora?
Phone (3): Demorou 721 dias, é feio, mas… Pode correr bem?
O Nothing Phone (3) é feio. Mas é feio com… Pinta?
Vamos ser mesmo muito honestos: o Nothing Phone (3) é feio.
A parte de trás parece ter sido desenhada por alguém que estava a jogar Tetris com módulos de câmara, e a simetria foi completamente ignorada. Um pecado gigantesco no mundo mobile.
Mas… Ainda assim… Há algo nele que funciona. Há alguma identidade. Sim, mesmo sem a iluminação glyph. Algo que, nos dias que correm, é raro. Carl Pei prometeu um smartphone diferente, e de certa forma, cumpriu. O problema é que o resultado final não é para todos.
Ou adoras, ou detestas.
Mas se o objetivo era criar conversa em torno do design… conseguiram. A parte de trás é tão polémica que vai dar que falar, quer queiras quer não.
E o resto do telefone?
O ecrã de 6,67 polegadas é competente, com 120 Hz, resolução 1.5K e brilho até 4500 nits. Nada de especial, mas também nada que falte. À frente, continua o clássico furo da câmara, é algo muito Android, e por isso mesmo, sem surpresas.
Por dentro, o Phone (3) vem com o Snapdragon 8s Gen 4, que é uma escolha curiosa, já que a concorrência está toda no 8 Gen 3 “normal” ou até no modelo Elite. A acompanhar, tens 12 ou 16 GB de RAM, e até 512 GB de armazenamento.
- Nota: O problema aqui depois passa pelo preço. Há smartphones mais baratos com especificações muito similares.
A bateria é de 5150 mAh, com carregamento rápido a 65W.
Um smartphone quase flagship que custa como tal!
O preço? A rondar os 800 a 900 euros. Ou seja, já não estamos a falar de um “flagship killer”, mas sim de um flagship real, com tudo o que isso implica. É aqui que a conversa começa a perder força. Porque por muito ousado que seja o design, quando pagas quase 1000€, queres mais do que um aspeto polémico.
Queres inovação real, queres diferenciação no uso, queres algo que grite “Nothing”. Ainda não vi nada disso. 1000€ é muito dinheiro, e por isso mesmo, há demasiadas alternativas iguais ou melhores.
Conclusão
O Nothing Phone (3) é a prova de que ainda é possível tentar algo novo no mundo dos telemóveis. Mesmo que isso signifique desafiar os padrões de beleza convencionais. Não vai agradar a todos. Mas tem carisma, tem ousadia e, gostes ou não, vais reparar nele.
Agora só falta saber se esta ousadia vai dar em algo. Especialmente a este preço. É que muitos especialistas já apontam para este smartphone como o flop do ano.