Chegou ao fim, e de forma dramática, a aliança instável entre Donald Trump e Elon Musk. O que começou como uma relação de proximidade política acabou esta semana em total confronto, com acusações graves, ameaças públicas e forte impacto nos mercados financeiros.
Musk declara guerra a Trump: escândalo, sabotagem espacial e caos
A tensão entre os dois vinha a crescer há dias, desde que Musk anunciou o afastamento de funções de aconselhamento à Administração, apesar de garantir que continuaria a ser “um amigo e aliado” de Trump. No entanto, tudo mudou com as duras críticas do fundador da Tesla e da SpaceX à reforma fiscal proposta pelo Congresso, que classificou como “uma abominação repugnante que levará os EUA à bancarrota”.
Mas o conflito atingiu o clímax numa guerra aberta de publicações entre Truth Social (rede de Trump) e X (antigo Twitter, propriedade de Musk).
Acusações explosivas e ameaça a contratos públicos
Musk não poupou palavras. Afirmou que Trump “teria perdido as eleições sem o meu apoio”, sugeriu fundar um novo partido para representar “80% dos americanos”, e voltou a publicar tweets antigos de Trump contra o despesismo público, perguntando ironicamente “onde está esse homem agora?”.
O ponto mais polémico surgiu quando Musk acusou Trump de esconder documentos relacionados com o caso Jeffrey Epstein. Assim alegando que o nome do presidente figuraria nos mesmos. Esta é uma teoria da conspiração popular em círculos da direita norte-americana, agora promovida diretamente por Musk.
A resposta de Trump foi imediata: afirmou que foi ele quem demitiu Musk, chamou-lhe “LOUCO” e ameaçou anular todos os contratos e subsídios federais atribuídos às empresas do magnata. “A melhor forma de poupar milhares de milhões do orçamento é cancelar os contratos com este homem”, escreveu Trump, questionando por que motivo Biden não fez o mesmo.
Repercussões imediatas
Entretanto a tensão já causou estragos: as ações da Tesla caíram mais de 17%, refletindo o nervosismo dos investidores. Em retaliação, Musk anunciou que irá cancelar o projeto da cápsula Dragon, prevista para transportar os próximos astronautas da NASA. E foi mais longe: pediu publicamente o impeachment de Trump, sugerindo o senador JD Vance como substituto.
E agora?
A incerteza paira sobre a aprovação da reforma fiscal, que continua pendente. Musk prometeu usar a sua fortuna e a influência da rede X para fazer campanha contra todos os congressistas republicanos que apoiem a proposta. A guerra entre os dois poderá durar anos e promete abalar a política e a economia norte-americanas.
“Trump tem mais 3,5 anos de presidência. Eu tenho mais 40 anos de vida”, disparou Musk.