Encontrar os restos mortais de um animal de 50 mil anos de idade é sempre emocionante. No entanto os resultados nem sempre são o esperado. Normalmente, tudo o que resta de um espécime antigo é osso, ou às vezes partes onde as penas ou a pele costumava estar. Um grupo de mineiros de ouro no Canadá descobriram muito mais do que isso quando se depararam com os restos congelados, quase perfeitos, de uma antiga cria de lobo.
Como o jornal The Guardian relata, os mineiros descobriram este animal completamente por acaso. Quase todas as partes do jovem lobo pareciam congeladas no tempo. A pele, embora não seja tão elástica quanto antes, está lá toda, e grande parte ainda está coberto de pêlo.
Surpreendentemente, este lobo minúsculo não foi a única coisa que os garimpeiros desenterraram acidentalmente durante a procura por metais preciosos. Um mês antes, metade de uma rena também foi encontrada congelada no solo. Embora este espécime não seja tão completo quanto o pequeno lobo – apenas as patas dianteiras, a cabeça e metade do corpo foram preservadas – não deixa de ser um achado assinalável.
As descobertas foram feitas em 2016, e os investigadores têm trabalhado para preservar os espécimes e estudá-los desde então. Na realidade, eles só foram revelados ao público na semana passada.
“O Yukon tem uma enorme riqueza de fósseis e carcaças mumificadas de mamíferos provenientes da idade do gelo”, afirmou o paleontólogo Grant Zazula num comunicado. “Ambos os espécimes aqui expostos são espécies que sobreviveram ao final da era glacial e são uma parte fundamental da paisagem de Yukon. Este é o único lobo mumificado da idade do gelo já encontrado no mundo.”
Ao procurar por animais que morreram há dezenas de milhares de anos atrás, os cientistas nunca esperam encontrar pele, pêlos s e tecidos. Tais materiais decompõem-se muito rapidamente quando um animal morre. No entanto, este não foi o caso aqui. Acredita-se que o clima em que os dois animais viviam era seco e frio, o que teria ajudado na preservação a longo prazo dos corpos.
Por enquanto, os espécimes vão permanecer sob custódia do Canadian Conservation Institute, e provavelmente serão inestimáveis para os investigadores.