MB Way e os 2 Euros inocentes: como te testam e como fechas a porta

O pedido chega quase sempre na pior altura: trânsito, fila do supermercado, pausa pequena entre reuniões. Envias-me um MB Way de 2 Euros? O valor é tão baixo que o cérebro diz não vale o trabalho de investigar. E é aqui que a burla moderna vive: não no roubo imediato, mas no ensaio de comportamento. Os 2€ servem para perceber se respondes, se tens pressa, se dás conversa, se clicas em links, se és pessoa de resolver. Quem cai no teste, cai mais depressa no golpe maior que vem depois.

Como funciona a burla no MB Way de 2 Euros (versão 2025)

O esquema é simples e funciona por camadas. Primeiro, o micro-pedido simpático, muitas vezes com emojis e aquela linguagem desculpa lá o incómodo. Se aceitas ou respondes, o contacto fica quente. Dias depois surge uma situação credível: parquímetro bloqueado, fatura pendente de 1,76€, uma encomenda retida no posto. Às vezes, o burlão nem volta a pedir dinheiro: envia um link falso para confirmar o método de pagamento e pede para entrares com a app do banco aberta porque assim confirma logo. Noutros casos, repetem micro-pedidos só para perceber se perdes paciência quando não perdes, sobem o valor. Não estão a procurar vítimas ingénuas; procuram vítimas previsíveis.

Blindagem técnica: 5 minutos que mudam tudo

A primeira linha de defesa está nas definições da tua app. Procura as áreas Segurança, Limites e Pedidos. Define limites diários para pedidos recebidos, não apenas enviados; desativa pedidos de números não guardados; ativa notificações push e e-mail (ter duas vias evita que um pedido fique perdido numa aba). Se a tua app tiver lista de remetentes de confiança, usa-a: familiares, amigos chegados e pronto. Tudo o resto leva fricção: confirmação extra, ou bloqueio direto.

Outra medida que quase ninguém faz: olhar para a história de pedidos. Se vês padrões estranhos (horas invulgares, notas repetidas), trata-se como tratarias um estranho a rondar a tua porta: regista e bloqueia. E mantém a app atualizada nas versões mais recentes, muitos bancos já reforçaram a forma como os pedidos aparecem e como se confirma cada passo.

MB Way desconhecido

O que fazer fora do MB Way: menos janelas abertas

Grande parte das dores vem de fora: subscrições com um clique, marketplaces que guardam cartões por defeito, lojas onde ficas com métodos de pagamento pendurados. Para compras pontuais, usa cartão virtual de uso único, com valor certo (preço + 1–2€ de folga) e validade curta (24–48h). Para subscrições, cria cartões virtuais com teto mensal e uma data de expiração antes do trial acabar. Assim, se te esqueceres de cancelar, a cobrança bate na parede. O objectivo não é desconfiar de tudo; é desenhar o cenário em que, mesmo que te distraias, nada grave acontece.

Sinais de alerta que valem ouro

Entretanto há padrões que denunciavam golpes ontem e continuam verdadeiros hoje: urgência artificial (é já, senão perco!), sentimentalismo de bolso (por favor, é mesmo importante…), links externos que prometem confirmar no banco, pedidos fora de horário normal e números recentemente criados (sem foto, sem histórico). Quanto mais o pedido tenta prender-te à conversa, mais provável é que conversa seja o produto. Não compres.

🔥 Este artigo foi útil?


Precisamos dos nossos leitores. Segue a Leak no Google Notícias e no MSN Portugal. Temos uma nova comunidade no WhatsApp à tua espera. Podes também receber as notícias do teu e-mail. Carrega aqui para te registares É grátis!

A ferver

Catarina Couto
Catarina Couto
Apaixonada por tecnologia desde que usou o primeiro Nokia com ecrã monocromático, começou a escrever sobre gadgets ainda nos tempos da faculdade. Cresceu entre fóruns, blogs e lançamentos de telemóveis e nunca mais largou o mundo digital. Adora testar novos dispositivos, descobrir truques escondidos nos smartphones e simplificar a tecnologia para quem a usa no dia a dia.

Em destaque