No Santa Clara–Sporting deste sábado, 8 de novembro de 2025, o golo da vitória leonina nasce de um pontapé de canto que não existiu: a bola sai pela linha de baliza tocada por um jogador do Santa Clara, sem toque do guarda-redes logo, era pontapé de baliza, não canto. A equipa de arbitragem errou na origem do lance do Santa Clara-Sporting, confirmam ex-árbitros e relatórios na imprensa como no jornal A Bola.
1) O árbitro falhou?
Sim, houve erro técnico na decisão de assinalar canto. Pelas Leis do Jogo (Lei 17), canto só existe quando a bola ultrapassa totalmente a linha de baliza tocada em último lugar por um defesa/guarda-redes. Se é o atacante a tocar por último, o recomeço correto é pontapé de baliza. Neste lance, a análise pública é clara: a bola sai após toque do avançado açoriano, logo não deveria ter sido canto.
Porque acontece este erro? Posicionamento e ângulos de visão contam muito: a trajetória da bola, o corpo do atacante entre a bola e o assistente, a velocidade do lance e até linhas de visão tapadas por jogadores podem enganar a perceção do último toque. Em ambientes ruidosos e no fim do jogo, a gestão emocional do momento também pesa não é desculpa, mas é contexto.
2) O VAR podia (ou devia) ter ajudado?
Não e é aqui que está a maior confusão. O protocolo VAR não permite rever erros no tipo de recomeço (canto, lançamento, pontapé de baliza). O VAR intervém só em quatro grandes categorias: golo/golo anulado, penálti/penálti anulado, vermelho direto e identidade do jogador sancionado; e, dentro disso, pode verificar se a bola saiu na mesma fase ofensiva de um golo. Mas decidir se havia canto ou baliza é um “recomeço” e os recomeços estão fora do âmbito do VAR. Foi por isso que não houve intervenção, mesmo tendo nascido dali o golo.

Em linguagem simples: o erro está “antes” do que o VAR pode tocar. Uma vez marcado o canto (mesmo errado) e executado, o protocolo impede o VAR de voltar atrás apenas para trocar “canto” por “pontapé de baliza”.
3) “Mas houve desvio… como é que ninguém viu?”
Duas razões comuns explicam porque tanta gente “jurou” ter visto toque do guarda-redes:
Ilusão ótica da trajetória: bolas com efeito criam a sensação de toque; em TV, certos ângulos reforçam essa ideia.
Viés da bancada: quando a equipa ataca e toda a bancada “pede” canto, o cérebro completa o que não tem a certeza de ter visto.
A análise técnica pós-jogo, porém, aponta para ausência de toque do guarda-redes logo, canto mal assinalado.
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