Há alguns dias atrás, tanto eu como o meu colega (Bruno Fonseca) falámos um pouco sobre este tema. É que como já deve ter percebido, a pirataria não vai acabar de um momento para o outro, e mesmo que exista uma caça a quem anda neste mundo, ela nunca vai acabar.
- Pirataria de Futebol em Portugal? Eu só vejo um caminho!
 - Fim da mensalidade: quanto seria justo pagar por jogo na Sport TV?
 
Aliás, nem é bom para o mercado que a pirataria acabe, porque isso vai afetar o número de pessoas a ver cada jogo, o que por sua vez também vai ter influência nos ganhos via publicidade.
É um assunto mesmo muito complicado. Mas… Há coisas que podem ser feitas. Como é a adoção de um modelo PPV (Pay Per View), onde é possível pagar e ver apenas o jogo que lhe interessa.
Mas… Sabe o porquê de isso não ser ainda uma alternativa em Portugal?
Comprar um jogo a 3.99€ em vez de pagar a Sport TV? Porque não?
Como deve saber, toda a gente se queixa da pirataria e do preço da SPORT TV, BTV e DAZN. Além disso, os clubes querem contratos milionários com a centralização dos direitos, e como tal, nunca vamos ver mensalidades mais competitivas.
Aliás, a própria Liga já fala em combater streams ilegais.
Mas a verdade é simples. Trinta e cinco euros por mês para uma única subscrição, que quase nunca é suficiente, é demasiado para muita gente que só quer ver o seu clube ou meia dúzia de jogos grandes por época.
Aqui entra a pergunta que ninguém toca… Faz sentido testar um modelo pay-per-view em Portugal?
O problema real?
Isto já foi tentado lá fora.
Como é o caso da Liga Inglesa (Premier League), onde pediram 15 libras por jogo, e ainda tomaram outras decisões controversas para afastar os consumidores. Ou seja, a proposta nunca foi séria, porque não é do agrado de quem quer de facto vender subscrições extremamente lucrativas.
Aliás, em Portugal, a Sport TV é quase sempre alvo de críticas, mas tem um modelo de negócio extremamente rentável, e de facto, até cresceu 11% no ano passado.
Vender futebol, mesmo com pirataria à mistura, dá muito e bom dinheiro.
Qual é a solução para os Portugueses?
3.99€ ou 4.99€ pode parecer um valor justo, e muito provavelmente são números que iriam atirar a pirataria ao charco.
Mas, mesmo que isso não fosse suficiente para quem vende, poderia existir um modelo dinâmico, em que o preço depende do jogo.
Por exemplo, passe mensal do clube a 14.99€ ou 19.99€. Jogos pequenos a 3.99€, e jogos mais populares a 7.99€. Jogos especiais, como os clássicos, poderiam ir aos 9.99€.
Além disso, para adoçar o pacote, permitir o acesso a replays, highlights e comentários dos jogos comprados, e claro, pagamentos simples via Apple Pay, Google Pay ou MB Way.
Conclusão
O PPV não é uma bala de prata. Mas é uma solução que faz todo o sentido em Portugal, onde os ordenados são tudo menos altos.
Assim, se a Liga quer mesmo lutar contra a pirataria e aumentar receitas, tem de oferecer algo entre o tudo e o nada. PPV bem desenhado pode ser esse meio-termo. Sem truques, sem abuso nos preços e com regras claras.
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