Durante anos, “Roomba” foi praticamente sinónimo de aspirador robô. Isto porque a iRobot criou o mercado, dominou-o durante muito tempo e acabou por se tornar um nome banalizado, como quem diz “Gillette” para lâminas. Ou “Google” para pesquisa online.
Mas, da mesma forma que a Google anda a perder terreno para o ChatGPT, aqui também os tempos mudaram. Por isso, a concorrência apertou e o desfecho sempre foi, em boa verdade, previsível.
iRobot entra em falência, mas os Roomba não vão parar!
Portanto, a iRobot confirmou oficialmente que entrou em processo de falência ao abrigo do Chapter 11 nos EUA. Ainda assim, convém esclarecer já uma coisa importante.
Quem tem um Roomba em casa não precisa de entrar em pânico. Os robots vão continuar a funcionar, as apps não vão desligar, e claro, o suporte não desaparece de um dia para o outro.
Até porque existe todo um mercado paralelo disposto a fornecer peças.
O que aconteceu afinal? Como é que o rei caiu?
A compra da iRobot pela Amazon caiu por terra há alguns anos, travada pelos reguladores europeus.
Um negócio que teria sido, muito provavelmente, a salvação da empresa.
Sem ele, a iRobot ficou sozinha num mercado que já não perdoa erros, com margens cada vez mais curtas e concorrentes chineses a lançar modelos mais baratos e, em muitos casos, tecnicamente superiores.
Foi o tempo e falta de inovação que deu cabo da iRobot.
Qual é a solução?
Agora, a solução encontrada passa por uma venda total da empresa à Picea Robotics, um grupo chinês que, curiosamente, já era o principal fabricante contratual da iRobot. Ou seja, quem fazia os robots por dentro passa agora a mandar em tudo.
O processo está a ser feito com supervisão judicial e, se tudo correr como previsto, ficará fechado até fevereiro.
E os utilizadores, ficam a arder?
Segundo a própria iRobot, não.
A empresa garante que tudo continua business as usual. Aplicações, servidores, suporte ao cliente, garantias, parceiros e cadeia de fornecimento mantêm-se ativos. Os funcionários também continuam a receber e as operações seguem normalmente.
Na prática, quem comprou um Roomba recentemente não deverá notar qualquer diferença no curto prazo.
O futuro do nome Roomba?
Tudo indica que o nome Roomba vai continuar no mercado. Seria um desperdício enorme de valor de marca não o fazer. A nova dona tem todo o interesse em aproveitar um nome que ainda é reconhecido globalmente, mesmo que o produto por trás dele venha a mudar bastante.
A grande questão é outra. Se esta mudança vai trazer inovação real ou se o Roomba vai passar a ser apenas mais um aspirador robô genérico, com o selo de uma marca histórica colado por cima.
Estamos cá para ver.
