Sábado, Julho 12, 2025

Ir ao cinema está a perder a magia. De quem é a culpa?

Ir ao cinema era, em tempos, um ritual. Uma forma de escapar às dificuldades do nosso dia-a-dia, fosse durante a semana ou fim de semana. Um programa de final de tarde com amigos, um serão a dois depois de jantar.

Mas, hoje em dia, para muitos, já não compensa.

Porquê? Bem, não é apenas por causa da Netflix ou dos serviços de streaming. A verdade é que o próprio cinema está a matar a experiência que antes movia multidões. Bilhetes a preços absurdos, sessões que acabam pela meia-noite ou mais tarde, e até os snacks estão ao preço do ouro. A pergunta é: quem é que ainda aguenta isto?

Filmes de 3 horas? Não, obrigado.

cinema, intervalos

Antigamente, a maioria dos filmes durava hora e meia. Duas horas, no máximo, se o realizador fosse ambicioso.

Hoje, qualquer história banal vem com 2h30 ou mais, como se todos os realizadores achassem que estão a fazer o próximo Oppenheimer.

Claro que há exceções em que faz sentido, mas a verdade é que está tudo assim, sem necessidade. Resultado? Já nem dá para ir ao cinema depois de jantar sem sair de lá à meia-noite. Ou pior: a uma da manhã.

Quer ver um filme no final da tarde? Boa sorte. Pega num filme com 3 horas, mais uns trailers no início, e o jantar já vai ficar para depois das dez. A logística mata o plano antes mesmo de saíres de casa.

Bilhetes mais caros do que uma mensalidade de streaming

Ir ao cinema em casal, com pipocas e bebidas, pode facilmente passar os 30 ou 40 euros. É mais do que custa uma subscrição mensal do Disney+, HBO ou Netflix. Os descontos ainda existem, mas já não são aquilo que foram em tempos.

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O problema agrava-se com os chamados “eventos especiais”, sessões IMAX, 4DX ou outras invenções que servem mais para justificar o aumento do preço do bilhete do que para melhorar a experiência real. Há cinemas onde o bilhete chega aos 13 ou 14 euros. Por pessoa.

Intervalos? Esquece lá isso

Já que estamos a falar de filmes longos, vamos ao ponto seguinte: já ninguém faz intervalos.

Estamos a ver filmes que se arrastam por quase 3 horas sem uma pausa para ir à casa de banho ou esticar as pernas. Algumas salas foram renovadas, como é o caso do IMAX do Colombo, ou algumas das salas da UCI. Mas, na grande maioria das vezes, o conforto dos espectadores foi completamente esquecido.

Snacks a preços de aeroporto

As pipocas, o refrigerante e os nachos sempre fizeram parte do ritual. Mas os preços nos cinemas portugueses já chegaram ao nível dos aeroportos ou dos festivais de verão.

Afinal, um menu básico pode ultrapassar os 10 euros com facilidade, e nem vale a pena procurar alternativas fora do cinema. Algumas salas até revistam mochilas para evitar que tragas comida de casa.

Conclusão: quem ainda vai ao cinema está farto. 

Em suma, o cinema devia ser acessível, divertido e cómodo. Mas, atualmente, tornou-se um programa de luxo e de paciência. Tudo é caro, exagerado, e desenhado para vender mais, sem pensar na experiência de quem lá vai. A culpa não é só do streaming. A verdade é que o próprio cinema afastou o público.

No meu caso, que ia ao cinema quase todas as semanas, dou por mim a evitar fazê-lo. Vou agora ver F1, porque é algo que quero mesmo ver. Mas ter o cinema como alternativa para um tempo bem passado… É algo que já não existe.

Para terminar, a questão agora é… O que fazer?

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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