A polícia italiana voltou a atacar o universo do IPTV pirata. Desta vez, caiu um império com 900 mil utilizadores ativos e milhões de euros em receitas mensais. Além do império, foram detidas oito pessoas acusadas de gerir aquilo que as autoridades descrevem como a “cúpula” do streaming ilegal.
Um negócio enorme e milionário!
Este grupo não se limitava a redistribuir conteúdos. Tinha uma operação organizada como uma verdadeira empresa:
- Definia preços dos pacotes de subscrição.
- Decidia quando suspender serviços.
- Orquestrava a venda e distribuição de boxes em todo o país.
Dito tudo isto, na lista de plataformas pirateadas estavam gigantes como Sky, DAZN, Mediaset, Netflix e Amazon Prime.
Assim, para ter ideia do dinheiro que isto mexia, só em contas rápidas: 900 mil clientes a pagar 10€ por mês equivalem a 9 milhões de euros mensais. Numa escala anual, falamos de mais de 100 milhões de euros.
Estrutura complexa e sofisticada!
Entretanto, para garantir que o esquema se mantinha de pé, o grupo usava dezenas de servidores alugados fora de Itália, sempre em nome de identidades falsas. Comunicações encriptadas, cartões bancários virtuais e linhas móveis fictícias faziam parte do dia-a-dia da operação.
Sempre o mesmo filme?
O mais curioso é que esta história parece repetir-se.
Em 2022, a “Operação Gotha” visou também 900 mil utilizadores. Em 2021, a “Operação Blackout” dizia controlar 80% do IPTV pirata em Itália. E em 2019, o fecho do famoso Xtream Codes afetou 700 mil assinantes.
Ou seja, as autoridades fazem operações mediáticas, mas os números voltam sempre a ser os mesmos. A rede renasce com novos líderes, novos servidores e os clientes voltam a alinhar.
O alerta das operadoras? Multas para todos?
Stefano Azzi, CEO da DAZN Itália, reconheceu o esforço policial mas deixou claro: esta é apenas uma parte do problema. Por isso, deixou no ar uma ameaça séria. A possibilidade de avançar também contra os 900 mil utilizadores identificados neste processo.
Conclusão
Em suma, a realidade é simples: o IPTV pirata continua a resistir, mesmo num país que lidera a Europa em operações anti-pirataria. Se somássemos todos os “clientes” visados nos últimos dez anos em Itália, ultrapassávamos a população do país. Isto mostra a dimensão do fenómeno e explica porque continua a ser tão difícil de travar.
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