Se por acaso tens um iPhone a gritar pela reforma, o cenário tem sido negro. Afinal, com um possível aumento de até 145% nos preços dos produtos Apple nos Estados Unidos, isto devido às novas tarifas impostas por Donald Trump às importações da China, era certo que os preços iriam aumentar.
Sim, as coisas não iriam afetar tanto a Europa, mas, como estamos fartos de dizer, o mercado é global. Por isso, a Apple ia (e possívelmente ainda vai) aumentar preços. Aliás, é muito provável que todas as fabricantes fossem aumentar o preço dos seus produtos, visto que a Apple está basicamente a decidir o teto máximo do preço de um smartphone nos dias que correm.
Mas, para alívio da marca da maçã, e dos seus consumidores, houve uma reviravolta de última hora… Mais uma. Afinal, o iPhone (e outros dispositivos eletrónicos como portáteis, discos e chips) ficou de fora desta nova ronda de tarifas agressivas.
Pelo menos… por enquanto. Ninguém sabe o que vai dar na cabeça de Trump amanhã.
iPhone escapa (por agora) ao aumento de preços!
Portanto, depois da pausa de 90 dias, eis que os EUA publicarem uma lista de exclusões através da sua autoridade aduaneira. Na prática, produtos como smartphones, portáteis, processadores e memórias escapam, por agora, aos novos 125% de tarifas impostas à China, bem como aos 10% de taxa base aplicada a quase todos os outros países.
Isto é relevante porque, nenhum destes equipamentos são fabricados nos EUA. Nem perto disso. É preciso ter a noção de que, eecriar uma cadeia de produção inteira em solo americano levaria anos, e talvez mais importante que o tempo, custaria uma quantidade de dinheiro absurda para implementar. Aliás, além do dinheiro gasto, os produtos produzidos seriam muito mais caros face ao normal.
Não há como produzir este tipo de produto nos Estados Unidos, e de facto, na Europa também não é a melhor ideia.
Curiosamente, a isenção também se aplica a máquinas usadas na produção de chips, algo que beneficia diretamente a TSMC, a gigante taiwanesa que está a investir forte em fábricas nos EUA.
Mas… A guerra ainda não acabou!
Embora esta isenção dê algum fôlego à Apple e ao setor tecnológico, a situação está longe de estar resolvida. Segundo a Bloomberg, o governo Trump poderá ainda criar tarifas específicas por setor, o que deixa tudo em aberto para os próximos meses.
Por isso, se achava que estava tudo a caminhar para o bem, estamos apenas a usufruir de uma nova bolha de oxigénio. A instabilidade veio para ficar.
E cá em Portugal?
É verdade que esta decisão foi tomada nos EUA, mas o impacto sente-se por cá. Afinal, se os custos de produção aumentarem, é natural que as marcas tentem compensar nos mercados onde conseguem margens maiores, como é o caso da Europa.