Estamos em 2024, e como tal, qualquer smartphone de gama média do mundo Android já chega ao mercado com um ecrã capaz de chegar 120Hz. Aliás, nem na gama baixa Android é hoje em dia fácil encontrar ecrãs limitados aos 60Hz, com vários modelos a apostar nos 90Hz, apesar de muitas vezes esse número ser alcançado em detrimento da qualidade visual, ou através de apostas em tecnologias ultrapassadas.
Ainda assim, apesar desta realidade incontornável, a Apple continua a apostar neste número (60Hz) para a taxa de atualização de frames nos seus modelos base do iPhone. Isto é interessante, porque estamos a falar de smartphones que começam praticamente nos 1000€.
iPhone 16 com 60Hz em 2024. Mas… Porquê!?
Portanto, de forma a segmentar o mercado, a Apple continua a lançar 4 aparelhos, potencialmente 5 num futuro muito próximo (iPhone SE 4), de forma a chegar ao maior número possível de consumidores. O que, além de outras diferenças, implica deixar sempre os 120Hz para os modelos Pro e Pro Max, enquanto os modelos mais baratos base e Plus ficam pelos 60Hz.
Curiosamente, apesar de ser algo que me irrita profundamente de ver num smartphone de 2024 a custar 1000€ ou mais euros… Isto é algo que os fãs do mundo Apple não parecem dar muita importância. Sendo exatamente por isso que, depois de tão fracas alterações nos novos iPhone 16, as vendas destes modelos aumentaram de forma muito significativa.
Sim, as vendas totais da gama iPhone 16 vão muito provavelmente ficar aquém daquilo que a Apple foi capaz de fazer com os iPhone 13, 14 e 15. Mas, o iPhone continua a vender muito, e na verdade, os modelos base estão a fazer algum sucesso.
Assim, desta forma, a questão dos 120Hz acaba por ser mais complexa, porque a diferenciação entre modelos Pro e não-Pro está cada vez mais curta. Por isso, se a Apple quisesse mudar o ecrã dos modelos mais baratos, é muito provável que isto fosse afastar alguns clientes dos modelos mais caros. O que iria ser mau para as contas finais, visto que a maior margem de lucro está no lado dos aparelhos mais caros.
Em suma, a Apple precisa de uma funcionalidade, ou especificidade, mais interessante para diferenciar os aparelhos. Caso contrário, vamos ter mais consumidores a optar pelo iPhone mais barato! O que é mau para a Apple. Quando é que isso vai acontecer? Bem… Ninguém sabe. Mas começa a ser difícil de justificar meter um ecrã limitado aos 60Hz num aparelho tão caro como o iPhone.