Estamos a viver uma Ă©poca estranha no mundo da tecnologia, em que toda e qualquer apresentação usa e abusa do IA. De facto, se quisesse fazer o jogo do shot em qualquer apresentação de uma grande marca, Ă© boa ideia fazĂȘ-lo com ĂĄgua ou sumo, de forma a proteger o seu fĂgado e rins.
AliĂĄs, por vezes nem sabemos bem para o quĂȘ, mas todos os componentes tĂȘm de ter funcionalidades IA, e claro, o software tem de as saber utilizar em pleno.
Ă curios, mas isto atĂ© tem resultado em mudanças significativas na forma como as maiores fabricantes do mundo tecnolĂłgico desenvolvem e acabam por vender os seus produtos. Basta olhar para a Samsung e para a Apple, que infelizmente preferem mexer o menos possĂvel no hardware que dĂĄ vida aos seus aparelhos, para apostar quase tudo no software, nomeadamente na IA.
PorquĂȘ?
Ă uma forma fĂĄcil de lavar a cara a um produto que nĂŁo traz nada de novo, especialmente porque o trabalho (e investimento) de marketing nĂŁo Ă© feito apenas e sĂł por estas marcas. Ă feito pela indĂșstria no seu todo.
Mas… SerĂĄ que os consumidores sabem, ou se quer querem saber o que Ă© a tĂŁo badalada IA?
InteligĂȘncia Artificial vende smartphones?
Portanto, como dissemos em cima, a gama de smartphones Galaxy S25 Ă© igual Ă gama Galaxy S24, tal e qual como os iPhone 16 tambĂ©m sĂŁo iguais aos iPhone 15. AliĂĄs, atĂ© podĂamos ir mais longe ao afirmar que estas similaridades se estendem por mais geraçÔes, tudo isto porque as grandes fabricantes nĂŁo querem ser obrigadas a mexer nos componentes que de facto os consumidores querem ver melhorados.
Como Ă© Ăłbvio, todos nĂłs queremos melhores baterias, melhores cĂąmaras, etc… Mas isso significa ter de mexer no interior dos smartphones, e isso requer tempo e dinheiro. Gastar dinheiro? Isto Ă© algo que as fabricantes querem evitar a todo o custo, especialmentes nestes Ășltimos tempos em que tudo estĂĄ tĂŁo caro.
Ă necessĂĄrio manter as margens altas!
O que se faz? Software para cima! Foco na IA!
Esta Ă© uma forma excelente de tentar adicionar funcionalidades, sem ser necessĂĄrio investir no hardware. Sejam estas Ășteis ou nĂŁo.
A InteligĂȘncia Artificial Ă© “fĂĄcil” de vender, porque de facto, toda a indĂșstria estĂĄ a apostar forte e feio na novidade que Ă© cada vez mais uma “tendĂȘnca”, e como tal, Ă© algo que todos os consumidores querem. AtĂ© podem nem saber para o que serve… Mas querem!
Isto até acaba por ser interessante, porque as fabricantes conseguem dar mais performance computacional aos seus aparelhos, sem de facto a implementarem fisicamente. Caso não saiba, a grande maioria dos algoritmos baseados em IA são processados em servidores gigantescos, a quilómetros de distùncia do seu smartphone.
AliĂĄs, Ă© exatamente por isso que a Google e Samsung querem que vocĂȘ pague pelos modelos mais poderosos e completos. Ă mais barato apostar em IA do que em smartphones diferentes.
Porém, a IA não é gratuita! Também custa dinheiro.
O problema Ă© que a IA ainda Ă© um “gimmick”.
O que é um Gimmick? à algo que pode parecer giro ou curioso, mas que ainda não tem um valor realmente interessante para uma utilização diåria.
Sim, é interessante apagar pessoas de fotos, mas hå muito que isso deixou de ser uma novidade. Também é giro fazer resumos automåticos, ou fazer traduçÔes em tempo real. Mas quantas vezes é que vai mesmo utilizar essas funcionalidades?
A IA tem um potencial brutal. Mas, ainda estamos muito longe de ser algo de facto obrigatório e capaz de fazer a diferença. Sendo exatamente por isso que ainda não é algo capaz de convencer a populaça.