As diversas aplicações e sistemas que vão utilizar a inteligência artificial num futuro próximo são teoricamente capazes de sofrer de doenças mentais como seres humanos. Foi exatamente por isso que uma equipa do MIT acelerou o processo e criou o Norman, o primeiro sistema de inteligência artificial psicopata do mundo.
O sistema perturbado, que foi buscar o seu nome ao psicopata do mundo da ficção, Norman Bates, foi criado utilizando dados retirados do Reddit, onde existem muitos valores, conhecimento e opiniões diferentes.
Um dos sítios onde a equipa foi retirar dados para treinar Norman, foi num subreddit dedicado à análise da morte como parte da vida. As imagens gráficas contidas nessa área de discussão não foram dadas a Norman devido a preocupações éticas, mas o conteúdo chocante encontrado ao nível de palavras ajudou a distorcer os algoritmos de reconhecimento de imagem de Norman no que diz respeito à morte e à destruição, levando o sistema de inteligência artificial a adquirir comportamentos que não são totalmente diferentes do que se pode esperar de um indivíduo verdadeiramente perturbado.
O teste de Rorschach
O teste de Rorschach (amplamente conhecido como o “teste do borrão de tinta“) é uma técnica de avaliação psicológica pictórica, denominada habitualmente de teste projetivo, ou mais recentemente de método de autoexpressão. Foi desenvolvido pelo psiquiatra e Psicanalista suíço Hermann Rorschach. O teste consiste em dar respostas sobre com o que se parecem as dez imagens com manchas de tinta simétricas. A partir das respostas, procura-se obter um quadro amplo da dinâmica psicológica do indivíduo. O teste de Rorschach é amplamente utilizado em vários países.
Ora este sistema de inteligência artificial foi submetido a este teste e o que conseguiu ver nas manchas de tinta foram pessoas a ser eletrocutadas, baleadas e esfaqueadas, entre outras atrocidades. Em simultâneo, outros programas de IA olharam para as imagens e viram bandos de pássaros ou fotos de guarda-chuvas.
É importante notar que, conforme referimos, Norman nunca foi exposto a uma imagem real de um cadáver, ou qualquer representação de morte real, através de assassinato ou de outra forma. Isto prova que devido à forma como foi alimentada, o sistema de inteligência artificial ficou obcecado com a ideia da morte, que se refletiu nos resultados dos testes da mancha de tinta.