É normal, aliás… É completamente banal. Mas é um problema real! Há cada vez mais carros a gasóleo a circular sem filtros de partículas ou com sistemas adulterados. Algo que é feito de forma a contrariar alguns dos problemas destes mesmos sistemas, mas que acaba por trazer um outro impacto. Estamos a falar de emissões poluentes a subir em flecha, o que por sua vez é uma ameaça direta à saúde pública.
Por enquanto, ainda é facil passar nos testes feitos na Inspeção periódica. Mas… As entidades não andam a dormir.
Inspeções devem caçar filtros de partículas removidos!
Portanto, caso não saiba, a ACAP, que representa o setor automóvel em Portugal, quer mudanças o quanto anos, e entre as propostas que vai apresentar ao próximo Governo destaca-se uma ideia simples, mas poderosa: obrigar os centros de Inspeção Periódica Obrigatória (IPO) a medir partículas ultrafinas. Como? Ao usar novos equipamentos que vão muito além dos atuais opacímetros.
Como assim?
Hoje em dia, os centros de inspeção apenas medem a opacidade dos gases de escape. Algo que não revela quantas partículas finas (as mais perigosas) estão realmente a ser libertadas. Resultado? Muitos carros sem filtros passam na inspeção sem problemas, apesar de emitirem muito acima dos limites legais.
Assim, a proposta da ACAP prevê a introdução de contadores específicos que medem o número de partículas por centímetro cúbico, detetando facilmente quando um carro ultrapassa o limite de 250.000 partículas/cm³ (norma Euro 5b ou superior).
De facto, este tipo de tecnologia já é usada noutros países europeus e, segundo a ACAP, o custo de instalação não será muito diferente do investimento feito nos opacímetros.
FAP – Filtro adulterado? É chumbo imediato!
Com esta medida, qualquer viatura com o sistema de controlo de emissões removido (ou manipulado) tem direito a um chumbo automático.
Portugal, o caixote do lixo da Europa?
Com o envelhecimento acelerado do nosso parque automóvel e a entrada constante de usados vindos de fora, as exigências nas inspeções são mais importantes do que nunca. O parque automóvel de Portugal é cada vez mais o “caixote do lixo” da Europa, e isto representa vários pontos negativos, tanto em termos de segurança nas estradas, como também em termos de poluição.
Agora resta saber: será que as mudanças vão mesmo avançar após as eleições?