A Huawei já não é a mesma entidade de antigamente, mas, ainda assim, continua com uma presença muito forte em todos os mercados. Isto é especialmente verdade no nosso pequeno mas sempre tão ansioso mercado Português.
A Huawei continua a dar cartas nos tablets, relógios e dispositivos de som. Porém, no lado dos smartphones, que já foi o “core” da gigante Chinesa, as coisas estão complicadas.
Huawei presa aos 7nm. O resto do mundo olha para os 2nm
Portanto, apesar do facto de todos os smartphones da Huawei serem ainda muito elogiados, especialmente no lado da performance fotográfica, a verdade é que a Huawei está presa ao passado. O chip mais recente da marca chinesa ainda está a ser fabricado com o processo de 7nm da SMIC. Algo curioso, porque a SMIC já produz nos 5nm.
Isto mostra claramente as limitações de produzir silício avançado com equipamento antigo e sem acesso ao que realmente faz a diferença: as máquinas de litografia EUV.
Sim, dá para se notar que a Huawei está a voltar com força ao mercado. Porém, quando olhamos para o que está por baixo do capô, o cenário complica-se. Segundo a TechInsights, o Kirin X90, presente no novo MateBook Fold, está a ser produzido no processo “N+2” de 7nm da SMIC, o mesmo usado no Kirin 9020. Ou seja, nada de 5nm como alguns rumores faziam crer.
Atraso tecnológico cada vez maior?
Enquanto TSMC, Samsung, Intel e Rapidus já se preparam para entrar nos 2nm nos próximos 12 a 24 meses, a China começa a ficar oficialmente três gerações atrás.
Isto significa que a Huawei está a concorrer com um chip de 7nm contra rivais que já jogam na liga dos 3nm e olham com muita vontade para os 2nm.
Além disso, a Huawei também está proibida de adquirir ferramentas EDA (Electronic Design Automation), fundamentais para o desenvolvimento de chips modernos. A solução foi improvisar: criaram internamente ferramentas para 14nm, o que lhes permitiu chegar aos atuais 7nm. Mas o salto para os 5nm continua adiado. Há rumores de que o processo de comercialização já arrancou, mas ninguém acredita que vejamos um verdadeiro SoC de 5nm da Huawei ainda este ano.
No fim do dia, isto mostra que, apesar da resiliência da Huawei, algo que deve ser estudado no futuro. A guerra tecnológica com os EUA está a ter impacto real. A marca pode continuar a lançar produtos competitivos no mercado chinês, mas a nível global, continua a correr atrás.