Ghost of Yotei: Vingança? Sim. Mas chegar lá vale a pena!

As sequelas podem seguir dois caminhos, especialmente aquelas que têm de tentar levar o sucesso do primeiro jogo a um novo patamar. Basicamente, ou tentam revolucionar tudo o que veio antes, ou pegam na fórmula original, refinam-na e entregam uma experiência mais polida.

Ghost of Yotei da Sucker Punch segue claramente a segunda via, e na minha opinião, foi a melhor decisão. Podemos até comparar o que acontece aqui, com aquilo que aconteceu com God of War Ragnarok. Mais do mesmo? Sim! Mas melhor.

Não reinventa a roda, mas aperfeiçoa-a de tal forma que se torna difícil não ficar preso à sua mistura de combate fluído, visuais de cortar a respiração e uma narrativa mais humana do que a do seu antecessor.

É um jogo obrigatório para quem tem uma PS5 (seja ela qual for).

Atsu: a nova cara da vingança!

Infelizmente, tivemos de deixar Jin Sakai para trás, e agora seguimos Atsu, uma protagonista que também sabe mexer com o jogador, ao ser impulsiva e movida por uma das mais puras sede de vingança. Além disto, fica a ideia de que Atsu é um pouco mais “mística” face a Sakai, o que é giro.

A história é simples: um grupo de samurais renegados, os Yotei Six, matou-lhe a família e tomou o controlo de Ezo (atual Hokkaido). É o típico enredo de vingança, previsível e cheio de conveniências narrativas. Curiosamente, algo muito normal de se ver num filme de samurais. Porém, a personalidade de Atsu dá-lhe garra e torna-a mais interessante do que Jin alguma vez foi.

Vale ainda a pena dizer que, ao longo da jornada, figuras como Oyuki ou a própria mãe de Atsu trazem momentos emocionais que dão algum peso à narrativa. Nada de revolucionário, mas suficiente para manter o jogador investido.

Combate: É a alma do jogo!

O verdadeiro brilho de Yotei está no combate.

Ou seja, se em Ghost of Tsushima já tínhamos um dos melhores sistemas de luta em mundo aberto, aqui a coisa foi elevada.

Isto porque, atsu não depende apenas da katana. Ela domina armas como a kusarigama, lanças, duplas katanas e até o pesado odachi. Isto significa que temos um sistema mais complexo, e por isso mesmo, mais curioso de experimentar e dominar.

É quase como se fosse um sistema ao estilo pedra-papel-tesoura. Armas diferentes vão resultar melhor contra certos adversários.

Dito tudo isto, a fluidez entre ataques, parries e habilidades é viciante.

Os duelos, os standoffs cinematográficos e até o uso de armas de fogo como mosquetes ou pistolas de pederneira, isto porque os anos avançaram, tornam cada confronto único. Poucos jogos conseguem transmitir esta sensação de peso e precisão em cada golpe.

Um mundo gigantesco, cheio de vida, e com beleza pura!

Visualmente, tal como o jogo que o procedeu, Ghost of Yotei é um espetáculo.

Campos floridos, florestas densas e montanhas cobertas de neve transformam Ezo num palco digno de cinema. A inspiração em Kurosawa continua lá, mas com novos toques, como o modo Takashi Miike que intensifica o sangue e a violência, ou o modo Watanabe, com lo-fi beats ao estilo Samurai Champloo.

Entretanto, o mapa mantém a filosofia de exploração orgânica. Ou seja, nada de setas gigantes no ecrã, mas sim o regresso do vento como guia e até músicas de shamisen que revelam segredos e colecionáveis.

Missões, progressão e escolhas!

A progressão volta a apostar no jogador, não em níveis XP.

As habilidades vêm de templos e missões opcionais, o que dá mais peso ao ato de explorar. Porque, se queres que o jogo de facto ande para a frente, vais ter de andar a passar pelo mapa.

Aliás, é aqui que surgem alguns dos melhores momentos! Duelos inesperados, batalhas caóticas e até encontros sobrenaturais que quebram a monotonia.

Veredito

Ghost of Yotei não reinventa o género, mas refina-o, e era exatamente isso que nós queríamos.

A narrativa é previsível, mas é sustentada por uma protagonista que inicialmente vais estranhas, mas rapidamente começa a entranhar. Como dissemos em cima, o combate continua a ser o ponto alto, isto enquanto a direção artística transforma cada cenário numa obra de arte viva.

Se Ghost of Tsushima era a promessa, Ghost of Yotei é a confirmação.

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A ferver

Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

Em destaque

É um jogo incrível. Não é perfeito, mas está perto disso. Vale muito a pena.Ghost of Yotei: Vingança? Sim. Mas chegar lá vale a pena!