Quando alguém começa por dizer que foi assaltado, é muito fácil começar a dizer “epá, está tudo bem? Alguém te fez mal? O que é que levaram?”. Mas, a realidade é que isto não acontece apenas e só aos outros, também nos pode acontecer a nós, e não tem de ser o fim do mundo.
A única coisa que podemos fazer é tentar encaixar, e depois tentar resolver tudo da melhor forma possível. Foi o que tentei fazer, e de facto correu tudo muito melhor do que o esperado. Mas talvez seja melhor contar toda a situação.
Fui assaltado em Lisboa. Mas nem tudo foi mau!

Portanto, fui hoje a um almoço de Natal na zona da Penha de França, e levei o carro de teste com que tenho andado desde o passado dia 5 de Dezembro. Aliás, fui de fim-de-semana prolongado, e até ia com o carro bastante cheio com malas. Sendo exatamente por isso que decidi meter a mala do portátil entre o banco do passageiro e o do pendura. Assim meio escondida, a aproveitar o facto de o Alfa Romeu Junior ter vidros traseiros escurecidos.
Até aqui tudo bem, porque isto é o meu dia-a-dia normal. Pego no carro, meto a morada no Waze, e lá vamos nós.
Estacionei o mais perto possível do restaurante, e fui almoçar. Devo ter ficado cerca de 30 minutos no restaurante, se tanto, porque já cheguei bastante atrasado, e como tal, nem comi… Inalei a comida para não deixar ninguém à minha espera. Quando voltei, o vidro do lado do passageiro atrás do pendura estava estilhaçado. Apesar do facto de não estar à vista, conseguiram descobrir e levar a mala de trabalho onde tinha um portátil, um smartphone de teste que ainda nem sequer foi lançado cá em Portugal, bem como o meu passaporte.
Terrível? Claro que sim. O que fazer?
Tentar resolver, ou pelo menos tentar lidar com a situação da melhor forma possível. Foi aqui que fiquei agradavelmente surpreendido.

Liguei para o 112 porque não fazia ideia de para onde lidar. Rapidamente fui atendido, perguntaram o que tinha acontecido e onde, e claro, passaram-me o número da esquadra da PSP da zona. Liguei para a esquadra, rapidamente fui atendido, expliquei a situação, dei a morada e enviaram um carro patrulha. Se esperei 10 minutos pelo carro da PSP foi muito.
Chegaram, eu levantei a mão, saíram do carro (um agente e uma agente) e disseram boa tarde. Sempre com um sorriso e uma calma contangiante. Fiz questão de cumprimentar com um aperto de mão.
Voltei a explicar a situação, dei os documentos que tinha a dar, tiraram fotos ao veículo, e por sua vez explicaram o que ia acontecer, e o que eu tinha de fazer. O auto ia ser feito ainda durante o dia de hoje, e a partir de amanhã bastava ir a uma esquadra para o ir buscar, e depois tratar da minha vida. Informaram-me que ia receber um e-mail assim que tudo estivesse feito.
Curiosamente, esse e-mail nunca chegou. Eu pense que era algo normal. Serviço público e afins… Mas… Foi aqui que recebi uma chamada da senhora agente! A dizer que por alguma razão o e-mail não estava a sair, mas que ligou para avisar que tudo estava feito e amanhã poderia proceder como combinado.
Foi tudo… Brutal!
Pode parecer simples… Mas… A simpatia, a rapidez, o profissionalismo, e de facto, até a atenção ao detalhe. Fui tratado como um ser humano que teve uma chatice que ninguém quer ter, e por isso mesmo conseguiram melhorar um bocadinho o meu dia. Obrigado.
