Quarta-feira, Julho 23, 2025

Ouviste falar de fingerprinting digital? Seguem-te sem cookies!

Pensavas que, ao rejeitar cookies, estavas a navegar em paz? A verdade é que o rasto que deixas online vai muito além disso e é quase impossível de apagar. Nos últimos anos, todos aprendemos a carregar em “Rejeitar Cookies” sempre que entramos num site. É como um reflexo de defesa: “Se não aceito, não me seguem.” Mas há uma nova técnica, usada por anunciantes e sites de forma cada vez mais sofisticada, que não precisa de cookies para saber quem tu és. Chama-se fingerprinting digital. E o nome não é por acaso.

O que é fingerprinting digital (e por que devias preocupar-te)

Em vez de guardar um cookie no teu browser, os sites passam a recolher informação técnica sobre o teu dispositivo para te identificar de forma única.

Alguns exemplos do que é recolhido:

Com tudo isto junto, cria-se uma espécie de “impressão digital única” do teu dispositivo.
Mesmo que não aceites cookies. Mesmo que uses navegação anónima. Até mesmo que não inicies sessão em lado nenhum.

E funciona mesmo? Sim. E muito bem.

Segundo a Electronic Frontier Foundation (EFF), mais de 90% dos dispositivos podem ser identificados unicamente através de fingerprinting. Ou seja: estás a ser seguido por sites e anunciantes sem que saibas e sem que possas recusar.

Para que serve isto?

Publicidade ultra-direcionada: mesmo que nunca tenhas clicado num anúncio, a tua “pegada digital” permite prever o que vais querer ver a seguir.

Rastreamento entre sites: mesmo que navegues em páginas diferentes, o sistema sabe que és “tu” por causa da tua impressão digital.

Bloqueio de VPNs e proxies: alguns sites usam fingerprinting para detetar tentativas de esconder a identidade.

Perfis ocultos: mesmo sem conta ou login, já tens um “perfil sombra” guardado por empresas de tracking.

extensões que tem no Chrome, Chrome proteger IP, navegação segura do Chrome

Como te podes defender (dentro do possível)

Logo à partida usa browsers que bloqueiam fingerprinting, como o Brave ou Firefox com proteção reforçada. Ativa complementos como uBlock Origin, Privacy Badger ou DuckDuckGo Privacy Essentials. Evita extensões desnecessárias, que aumentam a tua unicidade. Para além disso muda de browser e dispositivo quando pesquisares temas sensíveis. Entretanto desconfia de sites que dizem “não usamos cookies”. Assim podem estar a usar fingerprinting em vez disso

Conclusão: apagar o histórico não chega. Porque hoje, até o teu ecrã tem identidade própria.

A privacidade digital está a mudar. E quem se limita a rejeitar cookies está a lutar com armas de 2010 num campo de batalha de 2025. A pergunta já não é “estão a seguir-me?”, mas sim: “o que é que ainda não sabem sobre mim?”

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Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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