(Ensaio) Nissan ARIYA: Devia ter mais sucesso!

Escusado será dizer que já conduzi muitos carros ao longo desde a altura em que fiz o meu primeiro ensaio auto (2017), muitos deles 100% elétricos porque é nesse sentido que todo o mercado está a ir, mas, tendo isso em conta, olho para o Nissan Ariya como um teste especial e diferenciado.

Adorei o carro! Aliás, pedi para estender o teste mais 3 dias, porque é um automóvel que vale a pena, e num mundo em que tudo é igual, sente-se diferente.

(Ensaio) Nissan Ariya: Devia ter mais sucesso!

Portanto, no papel, e esquecendo todo o material de marketing que a Nissan meteu cá fora, o Ariya parece um carro elétrico de grandes dimensões completamente normal. É um automóvel do estilo SUV, pertencente ao segmento D.

Mas, quando entramos pela primeira vez no veículo, é que se começa a perceber que a coisa não é bem assim. É um automóvel muito premium!

Temos uma atenção ao detalhe que pura e simplesmente não é normal no mundo automóvel atual, especialmente na componente tecnológica, visto que tudo parece ter saído do futuro diretamente para este carro da Nissan. Além disso, temos espaço, temos conforto, e claro, também temos um nível de performance que achei incrível para o tamanho e peso deste veículo.

Design

Logo a uma primeira vista, o Ariya parece especial, porque não se assemelha a todos os outros Nissan que andam pelas nossas estradas. As linhas exteriores não são super fora do normal, mas são chamativas porque também são curiosas. Além de tudo isto, temos um interior que deixa mesmo água na boca.

Aliás, fica também a ideia de que é um automóvel de gama alta. Muito acima daquilo que a Nissan tem vindo a fazer no espaço dos carros pensados para famílias.

O nível de qualidade no interior é mesmo incrível, com acabementos que hoje em dia são raros no mundo automóvel que ultimamente só tem olhos para o plástico. Tudo isto num automóvel que começa nos 39 mil €.

Mas, apesar de aqui nem me incomodar muito, e como em todo o pano cai a nódoa, a realidade é que a Nissan usa e abusa de controlos touch para controlar muita coisa no veículo. Sim, são botões touch com feedback tátil, e por isso são superiores ao botões touch banais do mundo automóvel atual. Mas, ainda assim, existem muitos comandos escondidos nos menus arcaicos do sistema de infotainment da Nissan. É como sempre disse, carro super moderno ou não, o botão físico é o rei, e deve continuar sempre a ser o rei.

Tirando esse detalhe, tudo o resto é incrível, o toque dos materiais é do melhor que tenho visto no mercado, e também temos muita e boa tecnologia, como arrumação motorizada, espelho retrovisor com câmara embebida, entre muitas outras coisas.

Aliás, até o ajuste do volante é mecânico. Luxo!

Performance

Apesar do facto de ser um SUV elétrico grande e pesado, a experiência de condução é realmente digna dos bons velhos tempos do mundo automóvel. Temos uma direção assertiva, uma aceleração que lhe vai meter um sorriso no rosto (até em modo normal) e na realidade, uma autonomia convincente.

Tudo isto com uma condução extremamente confortável e suave.

Existem duas versões mais “normais” uma com bateria de 63 kWh e 214 cavalos (300Nm) e outra com 87 kWh que vai aos 239 cavalos. Qualquer uma delas chega aos 100 quilómetros por hora em pouco mais de 7 segundos. Bem como versões e-4ORCE que elevam estes números para algo ainda mais apetecível. Mas pode ter a certeza que qualquer uma delas lhe vai dar um arrepio na espinha quando meter o automóvel em modo desportivo e decidir levar o pedal ao fundo. É mesmo qualquer coisa.

Já no campo da bateria, temos mais ou menos 400 quilómetros na versão básica, e qualquer coisa como 530 quilómetros na bateria de maiores dimensões. O carregamento vai até aos 130 kW, o que significa 80% de bateria em mais ou menos meia hora (no posto certo).

Conclusão

É um dos melhores carros elétricos que tive a oportunidade de conduzir. Adorei a experiência. Porém, é um carro que pode ficar caro se quiser a motorização mais interessante e mais extras.

Na minha opinião, é um automóvel que podia e devia ter mais sucesso. Como é também o caso do Ioniq 6 da Hyundai, que também é um elétrico mal compreendido.

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A ferver

Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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