Não ligues o teu disco externo na porta errada: o Guia USB

Para otimizar o desempenho dos teus periféricos, deves ter em conta a velocidade e a estabilidade de energia/sinal da porta. Isto é uma coisa que deve mesmo ser levada a sério. É que caso contrário podes não estar a aproveitar a capacidade das coisas que tens. Assim não ligues o teu disco externo na porta errada. Mas na realidade é muito mais do que isso. Há uma série de dispositivos em que é preciso escolher realmente onde vamos ligar.

Disco Externo: privilegia a velocidade e não ligues na porta errada

Dispositivos como SSDs externos (discos de estado sólido) são os que mais beneficiam de portas de alta largura de banda.

  • O Erro Comum: Ligar um SSD ultrarrápido a uma porta USB 2.0 é o principal erro. A porta 2.0 atua como um gargalo (o bottleneck), limitando a velocidade a uns meros 40MB/s, mesmo que o teu SSD possa atingir 1.000 MB/s.
  • A Solução: Usa as portas mais rápidas que tenhas, como USB 3.2 Gen 2 ou USB4. Deves procurar portas que sejam frequentemente codificadas por cor (por exemplo, azul, vermelho ou verde claro) ou que tenham o símbolo SS (SuperSpeed).
  • Portas Frontais: Tenta evitar as portas frontais do desktop para armazenamento de alta velocidade, pois os cabos internos longos e, por vezes, mal blindados, podem afetar a qualidade do sinal e, consequentemente, a velocidade.

Áudio e Microfones: prioriza a estabilidade

Interfaces de áudio, dongles (adaptadores sem fios) e microfones USB precisam de uma alimentação estável e mínima interferência.

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  • O Problema: As portas do painel frontal podem ter problemas de estabilidade de energia (5V), especialmente se vários dispositivos estiverem ligados ao mesmo hub interno não alimentado. Além disso, os cabos internos longos e mal isolados geram interferência (ruídos, estalidos, desconexões).
  • A Solução: Liga estes dispositivos diretamente às portas do painel traseiro do teu computador.
  • Velocidade: A boa notícia é que dispositivos de áudio, no geral, não precisam de alta largura de banda e funcionam perfeitamente em portas USB 2.0 (que tendem a ser mais estáveis eletricamente e geram menos interferência RF).

Ratos e Teclados: Otimiza com USB 2.0

Para periféricos simples de baixa utilização de dados, as portas mais antigas são muitas vezes a melhor opção.

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  • O Mito: É um erro pensar que ligar um rato ou teclado gaming a uma porta USB 3.2 melhora a latência ou o tempo de resposta. Mesmo um rato com polling rate de 8.000 Hz usa muito poucos dados.
  • A Realidade: O que importa é a estabilidade da ligação. As portas USB 2.0 são ideais porque não geram o mesmo tipo de interferência de radiofrequência (RF) que as portas USB 3.x. Isto é crucial para a estabilidade dos teclados e ratos sem fios (e os seus recetores/adaptadores).

Headsets VR, Placas de Captura e Webcams: Exige Máxima Largura de Banda

Qualquer dispositivo que lide com vídeo em tempo real ou grandes fluxos de dados em ambas as direções precisa da maior velocidade possível para evitar frame drops (perda de fotogramas).

Dispositivo Necessidade Porta Recomendada
Webcams 4K/alta resolução Alta largura de banda para vídeo USB 3.0 (3.2 Gen 1) ou superior
Placas de Captura Alta largura de banda (1080p@60FPS ou 4K) USB 3.0/3.2 Gen 1 (mínimo); USB 3.2 Gen 2 (melhor)
Headsets VR Streaming bidirecional de dados maciços USB 3.0/3.2 Gen 1 (mínimo) e sempre nas portas traseiras

Regra de Ouro: Quanto mais velocidade, melhor. E, tal como o áudio, deves usar as portas traseiras (I/O rear) para garantir menos interferência e maior estabilidade.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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