Todos os dias passamos cartões em terminais, no multibanco, na bomba de gasolina ou numa loja qualquer. É tão automático que já nem pensamos nisso. Mas se olhares com atenção para o teu cartão, vais reparar que ele tem duas tecnologias diferentes: a clássica banda magnética preta no verso e o chip dourado na frente. Afinal, porque é que o cartão multibanco tem as duas coisas chip vs banda magnética? Qual delas é que manda? E será que ainda precisamos da banda magnética em pleno 2025?
Um pouco de história: a era da banda magnética
A banda magnética foi inventada nos anos 60 e tornou-se o padrão mundial. Dentro daquela fita preta está armazenada a tua informação bancária básica: número da conta, código do banco e dados de verificação.
Durante décadas, os terminais liam apenas essa banda, o que facilitou a massificação dos cartões. O problema? Era fácil de copiar. Com um simples leitor clandestino (skimmer), criminosos conseguiam clonar cartões e usá-los ilegalmente.
A revolução do chip
Nos anos 90, surgiu a solução: o chip EMV (sigla de Europay, MasterCard e Visa).
Ao contrário da banda magnética, o chip não guarda apenas dados fixos. Ele gera códigos únicos para cada transação.
Isso significa que mesmo que alguém copie os dados de um pagamento, não consegue reutilizá-los. Foi uma mudança gigante em termos de segurança.
Hoje, praticamente todos os pagamentos presenciais são feitos com chip seja ao inserir o cartão ou, mais recentemente, através da tecnologia contactless (NFC).
Chip vs banda magnética: qual é que manda afinal?
O chip é hoje o “cérebro” do cartão, responsável pela autenticação segura, pelas transações e pela proteção contra clonagem.
A banda magnética funciona como um plano B, usada apenas em casos muito específicos, como máquinas antigas que ainda não suportam chip, ou em países onde a tecnologia ainda não é universal.
Na prática: o chip manda, a banda sobrevive como reserva.
Porque é que a banda magnética ainda existe?
Se o chip é mais seguro, porque não acabamos logo com a banda magnética?
A resposta é simples: compatibilidade.
Muitos terminais antigos (sobretudo fora da Europa) ainda só leem a banda.
Nos EUA, por exemplo, a migração para chip demorou muito mais tempo.
Algumas operações especiais, como cartões de hotel ou sistemas de transporte, ainda recorrem à banda.
Mas atenção: a Mastercard já anunciou que vai eliminar a banda magnética até 2033. O futuro vai ser 100% chip e contactless.
Riscos da banda magnética
Sempre que passas o cartão pela ranhura de leitura da banda, corres mais riscos:
É mais vulnerável a clonagem por skimmers.
Não gera códigos dinâmicos como o chip.
Em alguns países, continua a ser o método preferido dos burlões.
Por isso, os bancos recomendam usar sempre o chip ou o contactless sempre que possível.
Curiosidade: o chip também tem segredos
Sabias que o chip não é só um “circuito”? Ele tem memória, processador e até pode guardar aplicações diferentes, como:
- Programas de pontos,
- Cartões de transporte,
- Identificação digital.
- É literalmente um mini-computador dentro do teu cartão.
O mistério entre a banda magnética e o chip afinal tem uma resposta simples: o chip manda, a banda resiste apenas por tradição e compatibilidade. A cada ano que passa, a sua utilização diminui e, num futuro próximo, vai desaparecer por completo.
Da próxima vez que olhares para o teu cartão, lembra-te: aquela fita preta é quase um fóssil tecnológico, enquanto o chip é o guardião da tua segurança financeira.
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