Um novo tratamento revolucionário para o cancro da mama demonstrou a capacidade de eliminar pequenos tumores da mama e de reduzir significativamente os grandes tumores em ratos com uma única dose. Esta abordagem inovadora visa os cancros com receptores de estrogénio positivos de forma mais selectiva, com o objetivo de reduzir os efeitos secundários e melhorar os resultados dos doentes.
Nova investigação sobre o tratamento do cancro da mama
Apesar dos avanços no tratamento, o cancro da mama continua a ser uma das principais causas de morte relacionada com esta doença entre as mulheres. O tratamento padrão inclui normalmente cirurgia seguida de terapia hormonal. No entanto, estes tratamentos podem ter efeitos secundários a longo prazo, como a osteoporose, a disfunção sexual e a formação de coágulos sanguíneos. Agora os investigadores desenvolveram um novo tratamento que, numa dose única, eliminou pequenos tumores da mama e reduziu significativamente os maiores em ratinhos – tudo sem efeitos secundários prejudiciais.
Limitações actuais da terapia hormonal
A maioria dos cancros da mama são receptores de estrogénio positivos (ER+), o que significa que dependem do estrogénio para crescer. O tratamento atual requer frequentemente vários anos de terapia hormonal. Embora seja geralmente mais tolerável do que a quimioterapia, pode ainda provocar efeitos secundários significativos que afectam a qualidade de vida. Além disso, estes tratamentos não eliminam o risco de recorrência ou resistência do cancro. Isto realça a necessidade urgente de terapias que possam atingir e destruir eficazmente as células cancerígenas, minimizando os efeitos adversos.
Desenvolvimento de uma molécula promissora
Para enfrentar este desafio, Paul Hergenrother e os colegas desenvolveram anteriormente uma pequena molécula denominada ErSO. Este composto mata as células cancerígenas da mama ER+, mas provoca efeitos secundários indesejáveis. Em 2022, os investigadores sintetizaram uma série de pequenas moléculas semelhantes ao ErSO. Esse estudo prévio demonstrou que estes derivados têm maior potência, maior seletividade para células cancerígenas ER+ e melhores propriedades farmacológicas do que o composto original.
Descobertas inovadoras com ErSO-TFPy
Agora, no estudo mais recente, os investigadores avaliaram ainda mais um derivado, o ErSO-TFPy, e descobriram que este matou eficazmente várias linhas de células humanas de cancro da mama ER+ em cultura.
Foi bem tolerado, sem efeitos óbvios, por várias espécies (ratinhos, ratos e beagles).
Entretanto encolheu tumores mamários humanos transplantados de vários antecedentes genéticos em ratinhos.
Potencial para um tratamento transformador do cancro
Numa experiência de dosagem, os investigadores observaram que uma dose única de ErSO-TFPy em ratinhos induzia a regressão completa ou quase completa de tumores pequenos ou grandes, respetivamente, que tinham crescido nos animais. Outros medicamentos requerem uma dosagem a longo prazo. No entanto os investigadores sugerem que uma dose única de ErSO-TFPy e, por conseguinte, uma circulação mínima no organismo, poderia ajudar a reduzir o risco de efeitos secundários e de efeitos tardios. Reconhecem a necessidade de mais testes para confirmar a segurança e a eficácia do medicamento, mas sugerem que, se estes resultados se traduzirem em doentes humanos, o ErSO-TFPy poderá ser transformador no tratamento do cancro da mama ER+.