Quinta-feira, Julho 17, 2025

Perder 1% de sono profundo pode aumentar o risco de demĂȘncia

Sabia que perder apenas 1% de sono profundo por ano pode aumentar significativamente o risco de demĂȘncia? Um estudo concluiu que adultos com mais de 60 anos apresentam 27% mais probabilidade de desenvolver demĂȘncia por cada 1% de perda anual deste tipo especĂ­fico de sono — tambĂ©m conhecido como sono de ondas lentas.

Perder 1% de sono profundo pode aumentar o risco de demĂȘncia

O sono de ondas lentas Ă© a terceira fase do ciclo de sono humano, que dura cerca de 90 minutos. Esta etapa prolonga-se normalmente entre 20 a 40 minutos. Considera-se a mais restauradora, uma vez que o ritmo cardĂ­aco e a atividade cerebral abrandam, e a pressĂŁo arterial desce. É neste estado que o corpo repara os mĂșsculos e os ossos. TambĂ©m fortalece o sistema imunitĂĄrio e prepara o cĂ©rebro para aprender e reter novas informaçÔes.

Curiosamente, outro estudo recente revelou que pessoas com alteraçÔes cerebrais associadas ao Alzheimer conseguiram melhores resultados em testes de memória quando tinham maiores períodos de sono profundo.

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A investigação foi conduzida por equipas da AustrĂĄlia, CanadĂĄ e Estados Unidos, com base em dados de 346 participantes do Framingham Heart Study — um estudo de longa duração que monitoriza a saĂșde de vĂĄrias geraçÔes. Os participantes realizaram dois estudos de sono entre 1995 e 2003, com cerca de cinco anos de intervalo, e nĂŁo tinham diagnĂłstico de demĂȘncia atĂ© Ă  data do segundo estudo. Foram depois acompanhados atĂ© 2018.

Durante os 17 anos de acompanhamento, foram identificados 52 casos de demĂȘncia. Os investigadores observaram que o sono profundo tende a diminuir a partir dos 60 anos. Isto com uma redução mais acentuada entre os 75 e os 80 anos, estabilizando depois dessa idade. A anĂĄlise mostrou que, por cada ponto percentual de diminuição anual no sono de ondas lentas, o risco de demĂȘncia aumentava em 27%. Entretanto esse risco subia para 32% quando se tratava especificamente de doença de Alzheimer.

Outros fatores associados

Entretanto outros fatores associados a baixos níveis de sono profundo incluíam doenças cardiovasculares, o uso de medicamentos que afetam o sono e a presença do gene APOE Δ4, ligado ao Alzheimer. Curiosamente, o estudo não encontrou ligação direta entre a perda de volume cerebral (nomeadamente no hipocampo) e a diminuição do sono profundo, mas sim com a predisposição genética.

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Apesar das associaçÔes evidenciadas, os autores alertam que este tipo de estudo nĂŁo prova uma relação causal direta. Ou seja, ainda nĂŁo se sabe se Ă© a perda de sono profundo que causa demĂȘncia, ou se os primeiros sinais de demĂȘncia afetam o sono.

Enquanto a ciĂȘncia continua a investigar, uma coisa Ă© certa: dormir bem Ă© essencial para a saĂșde cerebral e geral, sobretudo em idades mais avançadas. E hĂĄ estratĂ©gias simples que pode adotar para melhorar a qualidade do sono profundo — algo que pode fazer toda a diferença no futuro.

Felizmente, hĂĄ formas simples de aumentar a quantidade e a qualidade do sono profundo

Manter uma rotina de sono regular (deitar-se e acordar sempre Ă  mesma hora). TambĂ©m evitar ecrĂŁs e luz azul nas horas antes de dormir. É igualmente importante praticar exercĂ­cio fĂ­sico durante o dia. Deve tambĂ©m reduzir o consumo de cafeĂ­na apĂłs o meio da tarde sĂŁo estratĂ©gias que ajudam o corpo a entrar mais facilmente nas fases mais profundas do sono.

TĂ©cnicas de relaxamento, como a meditação ou a respiração profunda, tambĂ©m podem ser eficazes para induzir um sono mais restaurador. Dormir num ambiente silencioso, escuro e com uma temperatura confortĂĄvel Ă© outro fator-chave. Pequenas mudanças no estilo de vida podem, a longo prazo, trazer grandes benefĂ­cios para a saĂșde cerebral.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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