Não é novidade para ninguém que a AMD e NVIDIA lançam versões com diferentes capacidades de memória, porém com o mesmo exato nome, para ganhar um pouco mais de margens, especialmente nas placas vendidas a marcas OEM, que construem computadores de raiz.
A realidade é que a grande maioria das pessoas não faz ideia do impacto da quantidade de memória VRAM nos jogos modernos, e de facto, também não faz ideia de que a única diferença não está apenas na RAM, está também no próprio GPU.
Ainda assim, e apesar do facto de a AMD até ser bastante mais cumpridora que a NVIDIA neste sub-tema, foi a AMD que sentiu a necessidade de justificar o que acabou de fazer.
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AMD defendeu placas gráficas com 8GB de VRAM. Para quê?
Como deve imaginar, a guerra da VRAM está longe de acabar, e agora foi a própria AMD a meter-se ao barulho! Frank Azor, uma das caras mais conhecidas da marca, veio defender a existência da nova Radeon RX 9060 XT com apenas 8GB de memória gráfica no mercado de 2025.
A justificação? É suficiente para 1080p e, segundo ele, é isso que a maioria dos jogadores ainda usa.
- “Se 8GB não forem suficientes para ti, há uma versão com 16GB. É o mesmo GPU, sem compromissos, só muda a memória”.
O argumento da AMD: “É para esports!”
A AMD afirma que a maioria dos jogadores continua a jogar a 1080p e que os títulos mais populares a nível mundial são jogos de esports. Como é o caso de CS2, Dota 2, League of Legends, Valorant ou Apex Legends. Que claro está, são pouco exigentes, e como tal não precisam de muita VRAM.
Ou seja, a marca afirma que só lança produtos se existir mercado, e neste caso há utilizadores que querem desempenho decente a baixo custo. Logo, os 8GB fazem sentido.
Mas será que fazem mesmo?
A realidade dos testes
Na teoria, até faz sentido.
Mas quem já comparou uma gráfica de 8GB com uma versão de 16GB sabe que a diferença não está só nos frames médios.
É nos picos baixos, aqueles momentos de stuttering que arruínam a jogabilidade, que a falta de VRAM se nota a sério. Aliás, jogos recentes como Indiana Jones and the Great Circle nem sequer arrancam com 8GB em configurações altas. Em outros, como Warhammer 40,000: Space Marine 2, as texturas simplesmente não carregam bem.
Aliás, com o avançar da indústria, mesmo a 1080p, os 8GB já começam a ser um gargalo real, e os benchmarks mostram isso.
Basta ver que uma RTX 5060 Ti com 8GB já perde em alguns testes para a Intel Arc B580 de 12GB, que custa menos de 250 euros e é supostamente inferior em potência bruta.
O problema não é só da AMD…
A NVIDIA também tem culpa no cartório, com as suas RTX 5060 Ti de 8GB a serem vendidas por valores ridículos e sem acesso antecipado a reviews decentes.
Houve até casos em que se negou o envio de drivers a reviewers que não aceitassem fazer testes com técnicas de upscaling exageradas, como o quadruple frame generation.
8GB em 2025? Se conseguir ter mais, opte por esse caminho.
É impressionante que, quase nove anos depois da RX 480 de 8GB ter saído a 199€, estejamos em 2025 com placas de 8GB a custar mais de 300, ou até mais de 400€.
É um mau negócio para quem quer jogar mais do que só esports, especialmente agora que as consolas de nova geração devem chegar com mais de 20GB de memória unificada.
Mas, como dissemos em cima, o verdadeiro problema é que estas gráficas estão a ser vendidas a quem não percebe a diferença. Ou seja, pessoas que vão acabar com uma GPU obsoleta muito mais cedo do que pensa. Algo que é culpa das fabricantes, porque usam o mesmo nome para produtos diferentes.
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