Como é óbvio, quando pensamos em visão noturna, vêm-nos logo à cabeça aqueles óculos pesados de imagem esverdeada que vemos nos filmes de ação ou em jogos como Splinter Cell. Mas e se a próxima geração de visão noturna coubesse… numa lente de contacto?
Isto quase nunca é tema, mas a realidade é que está a ser feito muito desenvolvimento no lado das lentes de contacto, e muito honestamente, é algo muito mais interessante que os gigantescos capacetes ou óculos inteligentes.
Aliás, já tivemos a oportunidade de ver lentes de contacto reais, com IA à mistura, que além de corrigir a visão do utilizador, são capazes de fazer muitas outras coisas que lhe vão fazer vestir a pele de James Bond.
Lentes de contacto com visão noturna? O futuro chegou aos olhos!
Dito tudo isto, agora temos algo diferente, mas ainda assim curioso, a ser desenvolvido na China.
Um grupo de investigadores da Universidade de Ciência e Tecnologia está a criar lentes de contacto capazes de transformar luz infravermelha, que é invisível ao olho humano, em tons vermelhos, verdes e azuis que conseguimos ver.
E não, não estamos a falar de realidade aumentada ou de ecrãs embutidos. Estas lentes funcionam mesmo com luz real.
Infraestrutura invisível resulta em olhos superpoderosos?
A magia por trás disto são nanopartículas que convertem luz perto do infravermelho (aquela que usamos, por exemplo, em comandos de televisão ou câmaras térmicas) em luz visível. E o mais impressionante? As lentes são totalmente transparentes, não precisam de energia externa e permitem ver o mundo natural ao mesmo tempo que revelam o “invisível”.
Numa das experiências feitas, uma letra escondida por um filtro só foi revelada com a lente de infravermelhos. Noutra, um espelho que parecia cinzento tornou-se colorido sob a nova luz. O impacto disto vai muito além do “efeito especial”! Porque pode melhorar a visão em nevoeiro, poeira, ou mesmo ajudar pessoas com daltonismo a ver cores que antes não conseguiam distinguir.
Mais do que visão noturna?
Além da óbvia aplicação militar ou de segurança, estas lentes e óculos com tecnologia semelhante podem ser úteis em situações de emergência.
Aliás, podemos chegar à leitura de sinais codificados em infravermelho, ou até para ver “através das pálpebras”! Já que o infravermelho passa melhor pela pele do que a luz visível.
A versão atual ainda não oferece uma imagem nítida, mas os investigadores garantem que a integração com óculos pode aumentar muito a qualidade visual
É o início de algo!?
Esta investigação junta-se a outras, como a de uma equipa australiana que já tinha desenvolvido óculos com tecnologia semelhante, baseada em metasuperfícies. O objetivo é o mesmo: tornar a visão noturna leve, prática, acessível e integrada no dia-a-dia.
Agora é ver para crer. Ou seja, esperar que alguém ganhe a corrida.