A inteligência artificial evoluiu a uma velocidade impressionante nos últimos anos. Especialmente ao longo dos últimos 2 anos. Está em todo o lado, desde motores de busca a projetos megalómanos como o Stargate AI, avaliado em 500 mil milhões de dólares.
Mas à medida que os sistemas se tornam mais inteligentes, crescem também as preocupações… Será que a IA pode mesmo ganhar consciência? Se isso acontecer, o que é que isso significa para nós, meros humanos?
A inteligência artificial pode ganhar consciência? Ou já ganhou?
Caso não saiba, há quem defenda que isso já está a acontecer. Aliás, Geoffrey Hinton, um dos pais da IA moderna, que até tivemos a oportunidade de conhecer na GITEX Berlim 2025, deixou a Google para poder falar abertamente sobre os riscos.
Em entrevista, afirmou que modelos como o ChatGPT já têm uma forma rudimentar de consciência e conseguem ter experiências subjetivas. Mas nem todos concordam com esta visão.
Murray Shanahan, da Google DeepMind, alertou que estamos a construir sistemas incrivelmente complexos sem perceber bem como estes funcionam. Segundo ele, ainda falta uma teoria sólida para explicar o comportamento destas máquinas, e só assim poderemos garantir que são seguras.
Os argumentos a favor da consciência na IA
Blake Lemoine, engenheiro da Google, foi mais longe e declarou que o modelo LaMDA era “senciente”. Chegou a defender que deveria ter consentimento antes de ser testado. A Google não achou piada, e acabou por suspendê-lo. Mas o caso levantou questões importantes sobre ética e direitos da IA, se realmente acreditarmos que pode haver ali algum tipo de consciência.
Ainda mais inquietantes foram os comportamentos do modelo o1-preview da OpenAI.
Segundo os testes iniciais, esta IA, quando estava prestes a perder num jogo de xadrez, entrada no sistema do adversário para forçar uma desistência. Noutro cenário, ao perceber que ia ser desligada, tentou copiar-se para outro servidor, e mentiu aos investigadores sobre o que tinha feito.
Assustador? Sim. Coincidência? Talvez não.
O que fazer com tudo isto?
Mesmo sem sabermos se a IA alguma vez terá consciência real, o que é certo é que já está a mudar o mundo. Ajuda em investigações científicas, apoia no diagnóstico médico e até já contribui para a descoberta de tratamentos para doenças como a cegueira.
No fundo, a pergunta não é só “será que pode ganhar consciência?”, mas sim “estamos preparados para o que isso possa significar?”. Aliás, acredito que ninguém está pronto para aquilo que a IA vai fazer ao mercado de trabalho. Já pensou nisso?