Como já deve ter percebido, temos vindo a falar muito do impacto da Inteligência Artificial nas nossas vidas ao longo desta última semana. Isto acontece porque, se há coisa que ficou bem clara na GITEX 2025 foi isto: a Inteligência Artificial não é só mais uma moda passageira.
É uma mudança de paradigma! Uma revolução a sério, como há muito não se via, e que vai trazer um impacto direto na tua carteira, no teu emprego e no futuro de todas as sociedades como as conhecemos.
Todas as funções vão ser atingidas! Ou seja, não é só no entretenimento ou na saúde que a IA vai mexer connosco. É todo o mercado de trabalho. Por isso, nada melhor que ir ao Reddit, para perceber o que vai na alma de pessoas como eu ou você. -> Discussão aqui.
O medo (fundado) de ficar para trás. É suposto existir?
Há quem diga que a IA é só mais uma ferramenta, e que depende de como é utilizada. Outros dizem que vai ser como na altura Revolução Industrial, em que alguns empregos deram espaço a outros.
Mas a diferença é que agora o que está em causa não é só a força física ou a repetição mecânica… É a inteligência. Aquilo que, até aqui, era o nosso trunfo.
Afinal, como vimos nos painéis da GITEX, até os setores mais intelectuais estão na linha de fogo. Programadores, designers, jornalistas, gestores, advogados, analistas de dados. Tudo o que pode ser automatizado… Vai ser. Aliás, até quem empresta a voz nas dobragens de filmes e séries, vai deixar de fazer este tipo de emprego, porque vai ser possível meter qualquer ator famoso a falar Português, Chinês, etc…
E depois? Quem paga o pão?
É aqui que entra o verdadeiro problema.
Uma economia baseada no consumo precisa de pessoas com dinheiro no bolso. Mas se as pessoas ficam sem empregos, sem rendimentos, e sem formas de se reinventar rapidamente… quem compra seja o que for?
A solução apontada por muitos, inclusive por Geoffrey Hinton na GITEX, é o Rendimento Básico Universal. Dinheiro para todos, só por existir. Mas isso não resolve tudo. Porque, como o próprio Hinton referiu, dinheiro sem propósito não dá dignidade. Infelizmente, sem propósito, a sociedade adoece.
Estamos preparados? Spoiler: não.
Portugal, como tantos outros países europeus, baseia a sua economia em serviços. Que são precisamente os mais fáceis de automatizar. Assim, apesar de termos talento, a verdade é que continuamos atrasados em tecnologia, mentalidade e regulação.
O mais preocupante? Enquanto tudo isto avança a galope, estamos distraídos. Ou a subestimar. Ou a achar que “se calhar ainda falta muito”.
Mas não falta! A IA não vai tirar o teu emprego amanhã, se calhar também não o vai fazer até ao fim do ano. Mas em 2026? 2027? Quem sabe? Já olhou para a forma como todas as ferramentas estão e evoluir. É um quase absurdo.
É urgente discutir, regular e reinventar.
Antes de mais nada, já começou a sentir os efeitos na pele? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.