Se já deste por ti numa loja a olhar para preços, provavelmente também achaste estranho. Uma TV 4K de 55 polegadas custa o mesmo, ou até menos, do que um monitor de PC de 27 polegadas com resolução 1440p. Por vezes com a mesma exata tecnologia de painel.
É algo que, à primeira vista parece não fazer sentido nenhum. Afinal, o monitor é mais pequeno, tem menos resolução, e é por vezes significativamente mais caro. Onde é que está o truque?
A resposta curta é esta! TVs e monitores parecem a mesma coisa, mas são feitos para mundos completamente diferentes.
- LN
A diferença começa no objetivo!
Uma TV moderna é pensada para consumo em massa!
Filmes, séries, futebol, streaming, consola no sofá. O objetivo é impressionar visualmente à distância, com brilho alto, cores vibrantes e um preço que não assuste quem entra numa grande superfície.
Já um monitor de PC vive noutro campeonato. Aqui o foco não é o impacto visual imediato, é a precisão. Mais densidade de píxeis, menos latência, maior taxa de atualização, resposta mais rápida e cores mais fiéis. Tudo isto custa dinheiro, mesmo que o ecrã seja muito mais pequeno.
É por isso que um monitor 1440p pode custar mais do que uma TV 4K. Não porque tenha mais resolução, mas porque faz outras coisas melhor.
Resolução não é tudo. A densidade manda!
Muita gente olha apenas para os números. 4K parece automaticamente melhor do que 1440p ou 1080p. Mas não é. Depende da utilização.
Ou seja, no mundo dos computadores, o que realmente interessa é a densidade de píxeis, ou seja, quantos píxeis tens por polegada.
Num monitor de 27 polegadas, estás sentado a meio metro do ecrã. Qualquer falha nota-se logo. Por isso, a densidade tem de ser alta para a imagem parecer nítida. Numa TV de 55 polegadas, estás a vários metros. Não precisas da mesma densidade para ter uma boa imagem.
Produzir painéis com alta densidade de píxeis é mais caro. Daí o preço.
Cores certas custam dinheiro
Outro ponto crítico é a fidelidade de cor. Um monitor é feito para trabalhar. Fotografia, vídeo, design, até programação. As cores têm de ser o mais próximas possível da realidade.
Numa TV, o objetivo é outro. Mais brilho, mais saturação, mais impacto. Não interessa tanto se o vermelho é exatamente aquele vermelho. Interessa que fique bonito no sofá.
Painéis com melhor calibração e consistência de cor são mais caros de produzir. Mais um motivo para o preço subir nos monitores.
Taxa de atualização e latência fazem toda a diferença
Aqui entra o mundo do gaming e da produtividade avançada. Muitos monitores trabalham a 144Hz, 165Hz ou até 240Hz, com tempos de resposta muito baixos. Isto exige eletrónica mais rápida, painéis melhores e controladores mais caros.
A maioria das TVs ainda vive entre os 60Hz e os 120Hz. Há exceções, claro, mas são poucas e caras.
Além disso, os monitores apostam forte em tecnologias como G-Sync e FreeSync, DisplayPort e latência mínima. Tudo isto soma custos.
O mercado também manda
Há outro fator que não pode ser ignorado. O mercado das TVs é brutalmente competitivo. Marcas chinesas, coreanas, europeias, todas a lutar por preço. O volume de vendas é enorme e isso ajuda a baixar custos.
Em suma, o mercado de monitores é mais pequeno, mais especializado e menos agressivo em preço.
