Todos nós já passámos por isso. Vais formatar uma pen USB ou um disco externo, abres o menu do Windows e és confrontado com três siglas misteriosas: NTFS, FAT32 e exFAT. A maioria das pessoas escolhe a opção predefinida e segue em frente, mas essa escolha pode trazer dores de cabeça mais tarde. Já tentaste copiar um filme grande para uma pen e recebeste um erro a dizer que o ficheiro é “demasiado grande”, mesmo com espaço livre? Ou ligaste o disco ao Mac de um amigo e não conseguiste passar ficheiros? A culpa é do sistema de ficheiros que escolheste. Para que nunca mais tenhas dúvidas, explicamos-te as diferenças e qual deves escolher.
NTFS, FAT32 ou exFAT: três formatos diferentes: Qual e melhor escolha?
NTFS: O “Tanque de Guerra” do Windows
O NTFS (New Technology File System) é o sistema padrão do Windows moderno. É robusto, seguro e cheio de funcionalidades.

O que oferece:
- Sem limites práticos: Suporta ficheiros e partições gigantescas.
- Segurança: Permite definir permissões de acesso e encriptação de ficheiros.
- Fiabilidade: Tem mecanismos que ajudam a recuperar erros em caso de falha de energia (o journaling).
Quando deves usar: Esta é a escolha obrigatória para o disco interno onde tens o Windows instalado. É perfeito para SSDs e discos rígidos que ficam dentro do PC.
Onde falha: Não é o melhor para portabilidade.
macOS: Os Macs leem discos NTFS, mas (nativamente) não conseguem escrever neles.
Consolas e TVs: Muitas Smart TVs e consolas de jogos não reconhecem este formato.
FAT32: O Velhinho Compatível (mas limitado)
O FAT32 é o sistema mais antigo desta lista. Por ser tão antigo, é universal, mas acusa a idade.
O que oferece:
Compatibilidade total: Funciona em praticamente tudo. Windows, Mac, Linux, consolas antigas (PS3, Xbox 360), o rádio do teu carro e Smart TVs mais antigas.
O Grande Problema (Lê com atenção!): O FAT32 tem uma limitação gigante: não aceita ficheiros individuais maiores que 4 GB. Se tentares colocar um filme em 4K ou uma imagem ISO de um jogo que tenha 5 GB numa pen FAT32, vai dar erro, mesmo que a pen tenha 128 GB livres. Além disso, o Windows cria dificuldades para formatar drives maiores que 32 GB neste formato (embora seja possível com ferramentas de terceiros).
Quando deves usar: Usa apenas em pens de pequena capacidade ou se precisares de compatibilidade com dispositivos muito específicos e antigos (como atualizar o firmware de uma impressora ou ouvir música no carro).
exFAT: O Equilíbrio Perfeito
O exFAT (Extended FAT) foi criado pela Microsoft precisamente para resolver o problema do FAT32 sem a complexidade do NTFS. É o “modernaço” das pens USB.
O que oferece:
Adeus limite de 4 GB: Podes copiar ficheiros do tamanho que quiseres.
Leveza: É mais simples que o NTFS, o que o torna ideal para memórias flash (pens e cartões SD).
Compatibilidade: Funciona nativamente em Windows e macOS (leitura e escrita). Também é suportado pelas consolas modernas (PS4, PS5, Xbox Series X).
Quando deves usar: Esta deve ser a tua escolha padrão para Pens USB e Discos Externos que usas para transportar dados entre computadores diferentes. Se saltas entre um PC Windows e um MacBook, ou queres ver filmes na TV a partir do disco, o exFAT é o caminho.
Resumo Rápido: Qual escolho?
Para não te perderes, aqui fica a “cábula”:
Vais instalar o Windows ou usar num disco interno? Escolhe NTFS.
É uma Pen USB ou Disco Externo para usar em vários PCs, Macs e Consolas atuais? Escolhe exFAT. (É a melhor opção para a maioria dos utilizadores hoje em dia).
Vais usar numa TV antiga, no rádio do carro ou numa consola retro? Escolhe FAT32 (mas lembra-te do limite de 4 GB por ficheiro).
