Não sei quanto a ti, mas tive uma fase de queda de cabelo ridícula no final do verão, e pesquisei no Google se era normal tal coisa acontecer na mudança de estação. A resposta foi que sim, e fiquei mais descansado, mas… Desde aí… Ando a ser completamente inundado de anúncios de clínicas de transplantes capilares, soros milagrosos, etc… É uma autêntica loucura.
Quase já reservei uma ida à Turquia só para acabar com a situação. Mesmo com cabelo!
Dito tudo isto, toda a gente já fez aquela piada de “não deixes ninguém ver o teu histórico de pesquisa”. Mas a verdade é que essa piada esconde algo bem real. As tuas pesquisas no Google não são assim tão privadas quanto pensas.
Mesmo que apagues o histórico, o que procuras, clicas ou dizes ao Google continua a ser registado, analisado e muitas vezes partilhado. Aliás, nem o tão falado modo incógnito do Chrome é a solução mágica que muitos imaginam.
O que a Google realmente sabe sobre ti?
Segundo as próprias políticas da empresa, o Google recolhe dados de praticamente tudo. Entre os quais:
- Os termos que pesquisas.
- Os sites que visitas.
- Com quem comunicas no Gmail.
- A tua localização e até o dispositivo que usas.
Sim, este é o preço a pagar pelos serviços gratuitos que usas, e de facto, tudo isto é aproveitado para melhorar serviços, treinar inteligência artificial e mostrar-te anúncios personalizados.
Aliás, mesmo que alguns sites optem por não permitir o uso dos seus conteúdos para treinar IA, a Google já foi acusado de o fazer na mesma.
E agora o pior. A Google vai ter de partilhar dados com terceiros!
Em 2025, uma decisão judicial nos EUA obrigou o Google a partilhar dados de pesquisa com concorrentes no âmbito de um processo sobre monopólio e transparência.
Apesar de o juiz ter rejeitado vender o Chrome, determinou que a empresa terá de abrir parte da sua base de dados. O que por sua vez significa que os teus dados podem acabar nas mãos de outras entidades.
Queres mais privacidade? Há alternativas!
O Google é o motor de busca mais usado do mundo, mas não é o único, e, definitivamente, não é o mais privado.
- Startpage: utiliza resultados do Google, mas remove todos os identificadores pessoais, não guarda histórico e não mostra anúncios personalizados.
- DuckDuckGo: talvez o mais conhecido entre os motores de busca privados. Bloqueia rastreadores e não cria perfis de utilizador.
- SearX (ou SearchX): um projeto open source que combina resultados de dezenas de motores de busca, sem recolher qualquer dado pessoal. Requer alguma configuração, mas é extremamente eficaz.
Estas opções mostram que é possível pesquisar na internet sem deixar um rasto digital e sem contribuir para o apetite insaciável de dados do Google.
Conclusão
A Google garante que protege os teus dados de ataques externos, e provavelmente é verdade. Mas proteger não é o mesmo que manter privado. A empresa continua a usar as tuas pesquisas para alimentar sistemas de IA, moldar publicidade e agora até partilhar parte dessa informação com terceiros.
Por isso, da próxima vez que fores pesquisar algo “só por curiosidade”… Lembra-te que as paredes têm ouvidos.
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