Fibra que só custa 10 Euros por mês: atenção às letras pequenas

Fibra com tudo e mais alguma coisa por 10 Euros é o tipo de promessa que resolve problemas na cabeça antes de resolver no contrato. Sentes que finalmente vais pagar o justo e carregas em aderir com um sorriso. Só que os preços de 2025 são um puzzle: há o valor que aparece a bold e há a escada de custos que sobe devagar, activação, fidelização, descontos condicionados a outras coisas. Quando chegas ao mês 12, percebes que os 10 Euros eram verdade… numa parte da história.

Como se constrói a Fibra e serviços de 10 Euros: o teatro da aquisição

As operadoras optimizam uma coisa: aquisição. No funil de vendas, o primeiro objectivo é convencer-te a entrar. O preço baixo cumpre essa missão. Para chegar lá, somam-se condições: débito directo e factura electrónica (tudo bem), fidelização robusta (24 meses, por vezes), integração com telemóvel (se não juntares, perdes desconto), activação que aparece como “promocional” mas está diluída. O somatório não é ilegal; é só difuso. Quase ninguém o faz de propósito para enganar mas a forma como é comunicado joga com a tua pressa.

Onde a conta cresce sem pedires

O router “incluído” é o melhor exemplo: vem com a instalação e parece grátis. Depois descobres que tem aluguer mensal (pequeno, mas soma), ou que a versão “premium” com Wi-Fi mais estável custa mais uns euros. A seguir, aparece a activação: não pagas tudo no início, pagas “um pouco” todos os meses. Quando metes isto numa folha, os 10€ transformam-se em 10€ + X + Y + Z. E ainda há o pós-campanha: muitas ofertas voltam para um valor mais alto ao fim de algum tempo. Não é segredo, mas fica escondido em tabelas onde ninguém quer perder tempo.

A negociação que quase ninguém tenta

Os contratos de telecomunicações parecem de pedra, mas são de borracha se chegares com dados e antes do timing crítico. Um mês antes do fim da campanha, liga com uma lista curta: velocidade real que tens (mede em várias horas), ofertas equivalentes no teu prédio (mesma morada faz diferença) e a tua disponibilidade para manter ou ajustar fidelização. Não peças mundos e fundos: pede que mantenham o preço de aquisição por mais 12 meses ou que incluam o router premium sem aluguer. Metade das vezes, consegues. A outra metade compensa com mudança.

Rescindir com a NOS é mesmo tão difícil? O que dizem os clientes (e a lei)

Quando vale a pena aceitar os 10 Euros

Há cenários em que a campanha brilha: casas de estudante com horizonte curto, períodos de entre-casas, quem precisa de internet boa e barata já e não sofre por mudar ao fim de um ano. Nesses casos, o “barato” ganha se tiveres um calendário disciplinado. Marca já no telemóvel: -30 dias, -15 dias e -5 dias para renegociar. Se a operadora não acompanha, mudas. Competir por clientes novos é prioridade; voltar a adquirir-te sai mais barato do que te perder.

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A ferver

Catarina Couto
Catarina Couto
Apaixonada por tecnologia desde que usou o primeiro Nokia com ecrã monocromático, começou a escrever sobre gadgets ainda nos tempos da faculdade. Cresceu entre fóruns, blogs e lançamentos de telemóveis e nunca mais largou o mundo digital. Adora testar novos dispositivos, descobrir truques escondidos nos smartphones e simplificar a tecnologia para quem a usa no dia a dia.

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