Porque é que a Apple e Samsung têm medo das baterias?

A pergunta é legítima, e por vezes é até irritante. Afinal, se as baterias de silício-carbono prometem maior capacidade, menos peso e carregamentos mais rápidos, porque é que a Apple e a Samsung, as duas líderes de mercado, ainda não as colocaram nos seus modelos mais recentes?

Aliás, estamos a falar das duas fabricantes que apostaram forte nos modelos ultra-finos, que claro está, seriam o que mais teriam a ganhar com a tecnologia.

É por “obsolescência programada”? Nem por isso, a resposta é bem mais técnica do que conspirativa.

As baterias milagrosas ainda estão em versão “beta”?

telemóveis: atenção há perigo de fogo nas suas gavetas!

Estas novas células com ânodo de silício-carbono começaram a aparecer sobretudo em smartphones chineses.

A tecnologia é promissora, e em alguns casos já vai na terceira ou quarta geração. Mas, ao que tudo indica, ainda não está pronta para produção em massa no mesmo nível de fiabilidade exigido pela Apple ou pela Samsung.

Ou seja, enquanto a Huawei já anda a meter esta tecnologia em smartwatches, alguns especialistas afirmam que ainda não é uma tecnologia fiável para meter num iPhone ou Galaxy S.

Porquê?

O problema é que, quando estão totalmente carregadas, estas baterias expandem mais do que as tradicionais de grafite, o que aumenta o risco de inchaço e danos internos. Além disso, quando o silício reage com o eletrólito, a capacidade total pode começar a cair, o que por sua vez pode afetar a durabilidade da bateria. (Ou seja, a bateria dura menos tempo dentro do smartphone).

Mais calor? Menos durabilidade.

Outro ponto crítico é a condutividade inferior.

O silício-carbono aquece mais e tem mais resistência elétrica, o que significa carregamentos e descargas mais lentos. Também pode aquecer mais, o que em parte explicar o porquê de algumas fabricantes Chinesas não andarem a apostar mais na velocidade de carregamento..

Apple e Samsung preferem o caminho “seguro”. Mas… Não deveria de existir espaço para arriscar?

É fácil atirar a palavra “obsolescência programada” para cima da mesa, mas a verdade é que Apple e Samsung não arriscam em larga escala com algo que possa causar falhas, inchaços ou sobreaquecimentos.

Isto é especialmente verdade depois de casos como o do Galaxy Note 7, que deixou marcas profundas na indústria, e parece ter dado algum medo à Samsung.

É algo que até acaba por ter alguma lógica. Afinal, se um Honor, Vivo, Oppo, etc… Tiver problemas de bateria, é ok. Mas, para estas gigantes, vale mais garantir estabilidade e reputação do que correr atrás de ganhos marginais de autonomia que possam vir acompanhados de riscos.

Conclusão

As baterias de silício-carbono são o futuro, sem dúvida. Mas, para já, ainda há quem tenha algum receio. A China está a testar os limites, e é provável que dentro de dois ou três anos vejamos esta tecnologia amadurecida e integrada nos grandes topos de gama globais.

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A ferver

Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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