Se já te sentaste num carro elétrico e começaste a sentir tonturas, náuseas ou aquele mal-estar típico de quem não se dá bem com viagens… Não estás sozinho. Mas a culpa não é tua. Ou pelo menos não é só tua.
Eu próprio, que já devo ter conduzido mais de 50 carros só durante este ano de 2025, e passo a vida ao volante, dei por mim a ficar enjoado durante um teste na Suiça. O que me causou alguma estranheza, porque não é de todo algo normal em mim.
O carro em causa era um DS 8, um 100% elétrico grande e pesado, de nova geração, e claro, a culpa não era do carro em si. Essa estava no lado do condutor que estava muito entusiasmado durante o teste. (Sim, Bruno Xarope, eu lembro-me de ameaçar que te vomitava em cima).
Sim, os carros elétricos têm 4 rodas, um volante, pedais, etc… Mas não são exatamente iguais a um carro a combustão. Especialmente se a pessoa ao volante não tiver noção do que está a fazer. O que é normal, os carros elétricos ainda são uma novidade para muita gente em Portugal.
Enjoa em carros elétricos? Não está sozinho! É do carro?
Um carro elétrico é normalmente mais pesado, e tem também bastante mais binário. O que significa que um condutor menos astuto, ou mais entusiasmado, vai fazer acelerações mais bruscas, vai travar de forma mais agressiva, e vai também virar o carro em velocidades mais altas.
É a receita para o desastre!
Isto porque, um carro elétrico tem de ser conduzido de forma mais suave, quase como se fosse um comboio em cima de carris. Especialmente se estivermos a falar de SUVs grandes, pesados, e com muitos cavalos. A qualidade está lá, falta o “kit de unhas”.
Além de tudo isto, que é na minha opinião a parte que de facto importa. Há coisas que fazem confusão à nossa cabeça, que está habituada a outra realidade. Como é a suavidade da locomoção (falta de vibrações), falta de ruído, ou até a existência da travagem regenerativa.
Conclusão
Porém, normalmente, quando fica enjoado dentro de um carro elétrico, é muito provável que a culpa seja do condutor e não de alguma doença “anti carros elétricos” que você tenha no seu sangue.
Sim, o futuro pode ser elétrico. Mas pelos vistos, o cérebro ainda vive no passado. Em suma, é tudo uma questão de tempo, e de habituação.
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