As imagens que os astronautas das missões Apollo nos enviaram da Lua nos anos 70 ficaram para sempre gravadas na memória coletiva e nos livros de história. Afinal, foram as primeiras a mostrar seres humanos a trabalhar fora do planeta Terra. No entanto, convenhamos: dizer que “mostraram” pode ser um exagero. Os vídeos eram a preto e branco, com baixa definição e tão granulados que hoje quase se tornam difíceis de ver. No entanto as próximas imagens da chegada à lua serão em alta definição!
Porquê tão más? Era o que se conseguia na altura
Na época, as tecnologias eram limitadas. A maior parte das câmaras enviadas para a Lua eram mesmo só a preto e branco. E mesmo nas missões Apollo mais avançadas, com câmaras a cores, a largura de banda era tão reduzida que simplesmente não permitia imagens nítidas.
Mas tudo isso está prestes a mudar.
Com o regresso previsto de astronautas à Lua na missão Artemis III, marcada para 2027, a realidade será bem diferente. Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), uma das principais parceiras da NASA neste projeto, as imagens que receberemos da superfície lunar serão digitais, a cores e com 60 frames por segundo. Ou seja, fluidez total.
Mas não é só gravar… transmitir da Lua é um desafio
Apesar do avanço tecnológico, transmitir vídeo da Lua continua a ser tudo menos simples. A ESA lembra que não é como fazer upload para o YouTube. As câmaras precisam de resistir a condições extremas: frio, calor, pó e luz intensa. E além disso, existe o atraso natural do sinal (cerca de 1,3 segundos entre a Lua e a Terra) e os desafios da largura de banda.
Para encontrar as melhores soluções, a ESA está a realizar testes num centro especial chamado LUNA, na Alemanha. Lá, os engenheiros estão a simular passeios lunares e a testar diferentes equipamentos e tecnologias. Um dos primeiros resultados mostra que vídeos em HDR (High Dynamic Range) serão ideais para captar detalhes mesmo nas zonas de sombra profunda da superfície lunar.
Câmaras nas fatiotas dos astronautas e satélites a caminho
Durante a missão, os vídeos serão captados por câmaras integradas nos fatos dos astronautas, entre outras. Os ficheiros seguem para a Terra por qualquer meio disponível no momento. Entretanto nas missões futuras, a ESA pretende ter cinco satélites em órbita da Lua, prontos para garantir uma transmissão constante e eficaz.
E há mais: já se fala em integrar sistemas de comunicação ótica com laser nas operações lunares diárias nos próximos anos.
Destino: Houston
Assim que forem recebidos, os vídeos vão diretamente para o centro de controlo da NASA em Houston, onde serão processados, descodificados e posteriormente partilhados com o público.
Entretanto se os vídeos das missões Apollo foram históricos, os da Artemis III prometem ser verdadeiramente cinematográficos e nós vamos poder ver tudo em tempo real, com uma clareza nunca antes imaginada.
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