Desde que entrou no mundo automóvel, a Xiaomi tem sido bastante clara no discurso. O foco está nos elétricos. Mas, da mesma maneira que a BYD já percebeu que os elétricos podem vir a ter uma evolução um bocadinho mais complicada ao longo dos próximos anos, a Xiaomi também decidiu molhar os seus pézinhos no velho, mas sempre icónico, mundo da combustão tradicional.
Ou seja, uma nova patente vem mostrar que a marca chinesa está a preparar o terreno para algo mais.
Xiaomi já pensa nos carros a combustão. Sim, quer ir além dos elétricos!

Portanto, se achas que estamos a falar de motorizações REV, como a BYD fez com o Seal 6, estás muito enganado. Ou pelo menos não deverá ser apenas isso. Alguns rumores apontam para uma Xiaomi a querer mesmo brincar a sério com a combustão.
Mais concretamente, segundo documentos oficiais publicados na China, a Xiaomi registou recentemente uma patente relacionada com a exibição do nível de combustível num automóvel. Algo que à primeira vista pode parecer algo banal, mas o detalhe está na forma como essa informação é apresentada ao condutor.
O sistema descrito na patente compara o valor apresentado no painel com os dados reais de um sensor de combustível. Assim, sempre que existe uma diferença acima de um determinado limite, o sistema faz ajustes progressivos até alinhar os valores.
É algo normal que já existe em tantos carros. Mas, no caso da Xiaomi, abre várias portas.
Mas… Isto significa carros a combustão da Xiaomi?
Não necessariamente já amanhã, mas o sinal está lá.
Esta tecnologia aplica-se a veículos com depósito de combustível, o que inclui híbridos e modelos EREV. Aliás, é precisamente aí que a Xiaomi parece querer apostar a curto prazo.
Mais importante do que o detalhe técnico é a mensagem estratégica. A Xiaomi está a preparar soluções que vão além do elétrico puro, numa altura em que o mercado começa a mostrar sinais claros de cansaço com uma transição forçada e pouco realista em muitos países.
Uma marca jovem no automóvel, mas com ambição séria
Vale a pena dizer que, em pouco tempo, a Xiaomi já ultrapassou as 500 mil viaturas produzidas na China. Um número impressionante para uma marca que acabou de chegar ao setor automóvel.
Entretanto, a chegada à Europa continua apontada para 2027, e tudo indica que a Xiaomi quer chegar com um portefólio mais flexível, capaz de responder a diferentes realidades de mercado.
Afinal, a Europa gosta de elétricos, mas o espaço para híbridos continua bem aberto. Por isso, a gigante Chinesa pode aparecer com elétricos, híbridos, extensores de autonomia e quem sabe algo mais. A patente do combustível pode parecer um detalhe técnico, mas é mais uma pista de que a Xiaomi não quer cometer o erro de apostar tudo numa única carta.
E, dito tudo isto, olhando com olhos de ver para o estado atual do mercado automóvel europeu, talvez seja uma decisão mais inteligente do que parece à primeira vista.

