O que acontece às tuas passwords quando usas Wi-Fi em hotéis

Entrar num hotel ou aeroporto e não procurar logo a password do Wi-Fi é quase impensável. A ligação gratuita à internet tornou-se tão essencial que muitos de nós nos conectamos automaticamente, sem pensar duas vezes. Mas sabias que este gesto tão simples pode transformar-se numa porta aberta para hackers e curiosos que andam à procura de vítimas fáceis?

O Wi-Fi público é conveniente, mas pode ser o maior inimigo da tua privacidade. Ao usares estas redes, especialmente em locais como hotéis e aeroportos, as tuas palavras-passe, fotos e até dados bancários podem estar em risco.

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Porque é que o Wi-Fi público é perigoso

A diferença entre a rede da tua casa e a de um hotel é brutal. No teu router doméstico:

  • só tu e a tua família conhecem a password,
  • tens alguma encriptação e segurança configurada,
  • e consegues controlar quem está ligado.

Num hotel ou aeroporto:

  • a mesma password é partilhada por centenas ou milhares de pessoas;
  • muitos routers estão desatualizados e vulneráveis;
  • e qualquer pessoa na rede pode tentar espiar o tráfego dos outros utilizadores.

Resultado? O Wi-Fi público é um autêntico campo de caça digital.

Como as tuas passwords ficam expostas

Existem várias técnicas usadas por hackers para apanhar dados de quem se liga a estas redes:

Man-in-the-middle (homem no meio). O atacante insere-se entre ti e a internet. Podes pensar que estás a aceder ao Gmail, mas os teus dados passam primeiro por ele.

Pontos de acesso falsos (Evil Twin). Criam redes com nomes parecidos, como “Hotel_Free_WiFi”. Ligas-te sem perceber e todo o tráfego passa pelo computador do atacante.

Roubo de cookies de sessão. Mesmo sem a tua password, podem capturar os cookies que mantêm as sessões abertas e entrar nas tuas contas como se fosses tu.

Portais de login falsos. Aquela página que aparece antes de aceder à internet pode ser clonada para roubar emails e passwords.

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Hotéis: uma falsa sensação de segurança

Nos hotéis, sentimo-nos protegidos porque a rede tem password e é “oficial”. Mas a verdade é que: qualquer hóspede tem acesso à mesma chave, raramente os sistemas de rede são atualizados e há sempre quem se aproveite da confiança dos utilizadores.

Existem casos relatados de hóspedes que, após acederem ao email pelo Wi-Fi do hotel, receberam ataques de phishing altamente personalizados. Coincidência? Dificilmente.

Aeroportos: caos digital

Se os hotéis já são arriscados, os aeroportos são ainda piores.

Milhares de dispositivos conectados ao mesmo tempo, pessoas cansadas, com pressa e distraídas, redes gratuitas que, na prática, são terreno fértil para espiões digitais.

Aqui, o risco não é apenas um hacker individual. Muitas empresas de marketing compram ou recolhem dados de tráfego dos utilizadores para fins publicitários. Ao aceitares os “termos de uso” do Wi-Fi gratuito, podes estar a autorizar que recolham a tua localização, histórico de navegação e preferências.

O que está realmente em jogo

Sempre que usas Wi-Fi público sem proteção, estás a arriscar:

  • Emails e passwords roubados;
  • Acesso às tuas redes sociais;
  • Dados bancários expostos;
  • Fotos e ficheiros pessoais vulneráveis;
  • Identidade digital comprometida.

O pior é que, muitas vezes, nem percebes que foste atacado até ser demasiado tarde.

Como te protegeres sem abdicar do Wi-Fi

A boa notícia é que podes continuar a usar estas redes, desde que adotes alguns cuidados:

Usa sempre VPN. Cria um túnel encriptado entre o teu dispositivo e a internet. Mesmo que alguém intercepte os dados, não consegue lê-los.

Evita operações sensíveis. Não faças transferências bancárias nem compras online em redes públicas.

Ativa autenticação de dois fatores. Mesmo que roubem a tua password, não entram sem o código extra.

Confirma o nome da rede. Pergunta no balcão do hotel ou vê a informação oficial no aeroporto.

Prefere dados móveis. Se tens de aceder a informação sensível, ativa o hotspot do teu telemóvel.

Mantém software atualizado. Tanto o sistema operativo como as apps. Muitas vulnerabilidades exploradas em redes públicas já foram corrigidas desde que atualizes.

O Wi-Fi gratuito em hotéis e aeroportos é irresistível, mas a segurança tem sempre um preço. Ao ligares-te sem pensar, podes estar a oferecer as tuas palavras-passe e dados pessoais a quem quiser espiar.

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A ferver

Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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