Wi-Fi: comprar um router caro resolve os problemas de Internet?

Todos nós já vimos aqueles routers gaming caríssimos. Têm um aspeto agressivo, parecem ter saído diretamente de um filme do Star Wars e têm um preço que quase nos leva à lua. Os routers Wi-Fi topo de gama têm o seu lugar no mundo, mas será que precisam mesmo de um lugar na tua casa? Muito provavelmente, não. Vamos explicar-te porquê e como podes poupar centenas de euros e não comprar um router Wi-Fi caro.

Um router caro raramente resolve o problema real

O dinheiro não resolve tudo e a tecnologia de rede não é exceção. Quer tenham a etiqueta “Gaming” ou não, estes equipamentos podem ser fantásticos, mas não fazem milagres se o problema base for outro.

o seu router wi-fi ficou mais lento nos últimos dias? É por isto!

Se estás insatisfeito com o Wi-Fi da tua casa, há uma grande probabilidade de o router atual nem ser o principal culpado. O resultado? Vais gastar uma fortuna em algo que é “bom ter”, mas que não é a solução para o teu caso.

A maioria das queixas sobre Wi-Fi resume-se a uma mistura de três coisas:

  • Velocidade e qualidade do serviço da tua Operadora (ISP).
  • A localização do router.
  • As limitações dos teus próprios dispositivos.

A localização importa mais que o preço. Se o teu router estiver escondido dentro de um armário, atrás da TV ou a três divisões de distância, não é de admirar que não consigas uma ligação estável no PC. Não há router de 500 euros que vença as leis da física e barreiras de betão.

Além disso, lembra-te que o Wi-Fi é partilhado. Provavelmente tens telemóveis, tablets, portáteis, uma Smart TV e consolas ligados à mesma rede. O congestionamento vai acontecer, tenhas um router barato ou um de luxo. A regra de ouro mantém-se: se queres a melhor performance (especialmente para jogar ou trabalhar), nada bate o cabo Ethernet.

Funcionalidades de topo são impressionantes, mas vais usá-las?

Claro que os routers caros têm benefícios reais. Geralmente trazem as normas mais recentes (Wi-Fi 6E ou Wi-Fi 7) e extras como VPN integrada, portas multi-gigabit e QoS (Quality of Service).

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Mas atenção: tecnologias como MU-MIMO e OFDMA servem mais para gerir o tráfego de muitos dispositivos ao mesmo tempo do que propriamente para aumentar a velocidade bruta de um só telemóvel.

Quanto ao Wi-Fi 7, a norma mais recente, encarece muito o equipamento. Para tirares proveito, precisas de três coisas:

Uma ligação de Internet muito rápida (fibra de alta velocidade).

Estar perto do router.

Ter dispositivos (PC/Telemóvel) compatíveis com Wi-Fi 7.

Se o teu PC ou telemóvel têm dois ou três anos, comprar um router Wi-Fi 7 é deitar dinheiro fora, a menos que estejas a pensar no futuro a longo prazo.

Precisas de cobertura? Esquece o router, compra Mesh

Se o teu problema é ter “zonas mortas” em casa onde a net não chega, comprar um router mais potente raramente é a solução. Em vez disso, considera uma rede Mesh.

O sistema Mesh espalha vários “nós” pela casa, garantindo que os teus dispositivos têm sempre um ponto de acesso próximo, em vez de tentarem comunicar aos gritos com um router que está no andar de baixo. O Mesh é uma ferramenta de cobertura e estabilidade, e muitas vezes é mais eficaz e barato do que um único router “monstro”.

Quando é que um router caro faz sentido?

Não queremos dizer que são inúteis. Há cenários onde valem cada cêntimo:

Power Users: Se tens uma ligação multi-gigabit em casa e dispositivos que a suportam.

Home Lab / NAS: Se tens um servidor em casa (Plex, Home Assistant) e transferes gigabytes de dados localmente entre computadores, precisas de largura de banda a sério.

Segurança e VPN: Routers de topo têm processadores melhores, capazes de desencriptar tráfego de VPN muito mais depressa do que os modelos básicos.

Resumindo: Para a maioria dos utilizadores comuns, um bom sistema Mesh ou apenas uma melhor localização do router atual farão mais pela tua Internet do que um equipamento de 400 euros cheio de antenas.

Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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